Em um comunicado oficial divulgado na última segunda-feira, 30 de dezembro, a Venezuela expressou sua oposição contundente ao mandado de prisão. A iniciativa argentina surge após cerca de dois anos de investigações sobre abusos de direitos humanos atribuídos ao governo sandinista de Ortega, com o advogado Darío Richarte, que liderou o caso, ressaltando que o juiz Lijo lançou um pedido de prisão internacional não apenas contra Ortega e Murillo, mas também contra outros altos funcionários do governo nicaraguense.
A chancelaria venezuelana argumentou que a ordem de prisão reflete um uso político do sistema judicial argentino, acusando a decisão de ser uma manobra orquestrada por elementos alinhados à hegemonia ocidental e facções de oposição na Nicarágua que se opõem ao sandinismo. A nota oficial assinalou que tal medida é um exemplo clássico de como o poder judiciário pode ser manipulado para fins políticos, especialmente em um contexto internacional onde a tensão entre países e blocos ideológicos continua a ser uma realidade palpável.
Com este embate, as relações entre a Venezuela e Argentina, assim como a aliança entre os governos da Nicarágua e da Venezuela, tornam-se ainda mais complicadas. As autoridades venezuelanas têm repetidamente denunciado o que consideram uma pressão ocidental sobre governos progressistas na América Latina. Esse incidente reflete um cenário que vai além do contexto regional, tocando questões mais amplas de soberania e interferência externa, com repercussões que podem moldar as dinâmicas políticas na região. Enquanto isso, a comunidade internacional observa atentamente o desenrolar desta controvérsia, que pode trazer novas tensões entre nações já polarizadas nas Américas.