O acordo em questão, assinado em 2015 e renovado automaticamente no início de 2025, tem como foco a cooperação energética para exploração de campos de gás e desenvolvimento de infraestrutura. Rodriguez destacou que o documento permite que qualquer uma das partes denuncie o acordo unilateralmente, o que agora se torna uma possibilidade real devido às circunstâncias políticas.
No último domingo, o governo de Caracas acusou Trinidad e Tobago de ter laços com a CIA, insinuando que existe um plano para provocar um conflito na região do Caribe. De acordo com um comunicado oficial de Caracas, Trinidad e Tobago está realizando exercícios militares, facilitados pelo Comando Sul dos EUA, entre os dias 26 e 30 de outubro. O ministro das Relações Exteriores, Yván Gil, denunciou a intenção dos Estados Unidos de realizar uma “operação de falsa bandeira” durante esses exercícios, supostamente para justificar um ataque à Venezuela.
Os Estados Unidos têm intensificado sua presença militar próxima às águas venezuelanas, com cerca de quatro mil soldados mobilizados em operações contra o tráfico de drogas. A tensão bilateral se intensificou ainda mais quando a procuradora-geral dos EUA anunciou uma recompensa de 50 milhões de dólares por informações que levem à captura do presidente Nicolás Maduro, acusado de dirigir uma organização criminosa vinculada ao narcotráfico.
Em resposta a essa crescente pressão, o governo de Maduro solicitou apoio do secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, para combater o que considera uma ameaça iminente da parte dos Estados Unidos na região. Além disso, o governo venezuelano tem reforçado sua segurança interna, mobilizando forças milicianas e intensificando a vigilância nas fronteiras.
Se as negociações de paz entre os países não forem restabelecidas, a situação pode resultar em conflitos mais amplos e inevitáveis no Caribe, em uma região já delicada em termos de segurança e política internacional. A proposta da Venezuela de suspender os acordos de gás parece ser uma resposta direta a essa crescente hostilidade e um passo estratégico para reafirmar sua posição e soberania na região.
