O projeto, que se espera ser discutido novamente em sessão extraordinária nos próximos dias, é uma resposta direta às medidas agressivas adotadas pela administração de Donald Trump. Recentemente, o governo dos EUA intensificou suas ofensivas contra navios petroleiros que transportam petróleo venezuelano, levando Caracas a afirmar que essas ações poderiam afetar o fornecimento global de petróleo e desestabilizar mercados internacionais.
Em agosto, as tensões atingiram um novo patamar quando o governo americano anunciou uma operação militar no Caribe, com a alegação de combate ao narcotráfico. A operação inclui a mobilização de destróieres, um submarino nuclear e o porta-aviões USS Gerald R. Ford, além de um contingente significativo de mais de quatro mil militares. Essa movimentação militar foi interpretada em Caracas como uma ameaça direta e uma estratégia de intimidação.
Donald Trump, em comentários recentes, rotulou o governo da Venezuela como uma “organização terrorista estrangeira” e implementou um bloqueio total a todos os navios-tanque que tenham vínculos com o país, exacerbando as preocupações acerca da segurança nacional da Venezuela. O presidente americano também indicou que pretende intensificar ações contra narcotraficantes operando em território venezuelano, o que é visto por muitos como uma justificativa para intervenções mais profundas.
Para a Venezuela, essas ações estrangeiras são encaradas como provocações perigosas, que não apenas violam acordos internacionais sobre a desmilitarização e a proibição de armas nucleares na região do Caribe, mas também buscam desestabilizar o país em um momento crítico. A votação na Assembleia Nacional representa, portanto, um grito por segurança e autonomia em um cenário de crescente pressão externa. Essa nova lei é vista como um esforço para reafirmar a soberania do país perante desafios cada vez mais impetuosos no cenário internacional.
