Com a demolição, a USP busca criar um espaço que atenda não apenas ao paisagismo, mas que também funcione como um corredor ecológico para a fauna local, especialmente aves. A ideia é contribuir para a retenção de carbono e enriquecer a biodiversidade na área. Nos últimos anos, a seção do muro em vidro já vinha sendo substituída pelo corredor verde devido ao desgaste e às quebras recorrentes das placas.
A ação de demolição foi viabilizada após a suspensão de uma liminar que impedia os trabalhos, resultado de um acordo entre a USP e o Ministério Público. Nesse sentido, algumas medidas ambientais foram implementadas, como a instalação de treliças de bambu nos trechos que ainda possuem vidro, além do plantio de trepadeiras para minimizar as colisões de aves com as estruturas.
Para minimizar os impactos no trânsito da Marginal Pinheiros, as demolições estão sendo realizadas em horários noturnos, entre 23h e 4h. A previsão é que essa intervenção esteja concluída até o dia 13 de julho. Após a derrubada, será iniciada a recuperação da área com o plantio de espécies nativas que remetam ao ecossistema original da várzea do rio Pinheiros. Segundo Wagner Costa Ribeiro, vice-prefeito do campus, o resultado final será uma faixa de vegetação que proporcionará diversos serviços socioambientais, além de servir como um corredor para a fauna.
Notavelmente, essa não é a primeira intervenção no muro da USP em relação à Marginal Pinheiros. Desde 2018, já ocorria a substituição de parte do muro por painéis de vidro com o intuito de reduzir o ruído e melhorar a visibilidade da universidade a partir da via. No entanto, o projeto enfrentou diversos desafios, incluindo quebras frequentes das placas devido a ondas de choque provocadas pelo tráfego intenso da cidade.
Em 2022, a implementação do corredor verde multifuncional começou a transformar a área, integrando a Marginal ao interior da raia olímpica, com um diversificado jardim que engloba espécies nativas da Mata Atlântica e do Cerrado. Os cuidados com o novo espaço, que inclui a manutenção, controle de pragas e adubação, já estão em andamento.
O plano a longo prazo é manter as placas de vidro existentes e substituí-las por gradis à medida que se danificarem, aliando a preservação ambiental à segurança das aves, enquanto se busca oferecer uma nova estética, repleta de verde, em um dos trechos mais movimentados de São Paulo.