Essa redução no uso do cheque especial indica um possível aumento no planejamento financeiro das famílias, conforme aponta a Confederação. Além disso, a pesquisa também revelou que o percentual de brasileiros endividados teve a terceira alta consecutiva, chegando a quase 79% dos entrevistados em maio, representando um aumento de 0,3 ponto percentual em relação a abril e o maior desde novembro de 2022.
Um dos fatores que contribuíram para esse cenário foi a queda no custo dos juros, o que possibilitou às famílias um maior acesso ao crédito. O economista-chefe da CNC, Felipe Tavares, destacou que as condições atuais da economia, como o aumento da renda e a redução dos juros, permitiram que as famílias utilizassem mais o crédito sem correr o risco de inadimplência.
A pesquisa também revela que a classe mais alta, com renda acima de dez salários mínimos, foi a única a registrar redução nas dívidas, enquanto a faixa de baixa renda demonstrou a maior necessidade de recorrer ao crédito, mas também enfrentou dificuldades para pagar as dívidas.
O Programa de Renegociação de Créditos Desenrola Brasil teve um papel crucial nesse cenário, auxiliando as famílias a refinanciar suas dívidas e reorganizar suas finanças. O economista destacou que o programa foi benéfico para retirar as famílias da inadimplência e reintegrá-las ao mercado de consumo.
Em relação ao tempo médio de atraso nas dívidas, em maio deste ano ele se manteve estável em 64 dias em comparação com maio de 2023. Esses dados refletem um cenário econômico em evolução e famílias mais conscientes em relação à sua saúde financeira.