Na terça-feira, 22, o governador Renan Filho teve um dia dedicado a ações voltadas para o setor sucroalcooleiro, o mais importante da economia no estado. Pela manhã, ele reuniu empresários da indústria, os “usineiros”, plantadores de cana e trabalhadores rurais da indústria e do campo, para anunciar um acordo inédito.
Através da ação política dos governos de Alagoas, Pernambuco e Paraíba, o governo federal deu aval para um empréstimo internacional da ordem de R$ 2 bilhões para usinas do Nordeste, sendo R$ 1,2 bilhão para as usinas do estado.
Como contrapartida, o governador pediu que as usinas priorizem o pagamento de débitos atrasados com fornecedores de cana de Alagoas, estimados em R$ 250 milhões(veja reportagem nesta edição). Os empresários confirmaram que vão honrar o compromisso.
No final da tarde do mesmo dia, numa reunião fora de agenda, o governador recebeu em sua sala o desembargador Tutmés Airan, responsável no Tribunal de Justiça de Alagoas pelo processo de falência da Laginha Agroindustrial SA. O encontro também contou com a participação do secretário de Agricultura, Alvaro Vasconcelos, do presidente e diretor secretário da Cooperativa Pindorama, respectivamente, Klécio Santos e Antonio Oliveira.
Em pauta, o futuro da Usina Guaxuma, avaliada em quase R$ 1 bilhão e pertencente à massa falida da Laginha Agroindustrial (Grupo João Lyra). O governador e o desembargador trabalham, juntos, pela reabertura da indústria, desativada há dois anos. Mas o propósito não é simplesmente botar a fábrica para moer de novo, pura e simplesmente. Com o êxito da reativação da Usina Uruba, a partir de contrato de arrendamento com a Coopervales, uma cooperativa de fornecedores de cana da zona da mata alagoana, o TJ e o Governo pretendem ir além.
A proposta de operação da Guaxuma, que vem sendo tocada com a ajuda do secretário de Agricultura, Alvaro Vasconcelos, é inspirada no modelo da Cooperativa Pindorama, que também fica no município de Coruripe. Além de garantir a participação de fornecedores de cana tradicionais, a operação deve assegurar a participação da segunda e terceira gerações de colonos de Pindorama e de trabalhadores rurais sem terra na construção de um modelo inédito no Brasil.
Gazeta