Yamandú Orsi, um ex-professor de história com grande apoio popular, saiu vitorioso do primeiro turno realizado em 27 de outubro, onde obteve 46,1% dos votos, em comparação aos 28,2% de seu rival, Delgado. A presença do ex-presidente José Mujica, uma figura carismática e respeitada, fortalece sua candidatura, já que muitos o veem como seu legado político. Por outro lado, Álvaro Delgado, um veterinário com experiência no governo atual, conta com o apoio do presidente Luis Lacalle Pou, que não concorre novamente devido às restrições legais de reeleição no país.
Orsi exerceu seu direito de voto na cidade de Canelones e, ao comentar sobre a recente reunião entre Lacalle Pou e Delgado, destacou a inteligência do eleitorado, afirmando que as expectativas de confusão sobre o pleito estão sendo subestimadas. Delgado, por sua vez, votou em Montevidéu e declarou a intenção de governar para todos os uruguaios, reforçando um discurso de inclusão.
As últimas pesquisas indicam que a disputa será voto a voto, sem apontar um favorito claro. A consultoria Equipos divulgou na última quinta-feira (21) dados que colocam Orsi com 48% contra 46,2% de Delgado, enquanto a Factum apresentou números semelhantes: 47,1% para Orsi e 46,6% para Delgado. Estas análises revelam um quadro de empate técnico, que promete tornar a escolha do novo presidente um desafio para os cidadãos e um ponto de interesse para a região.
Mujica, que votou pela manhã, trouxe à tona reflexões sobre a política atual, mencionando que não consegue mais gerar esperanças para o povo. Em suas palavras, o futuro é sombrio, mas ele demonstrou preocupação com as próximas gerações, sublinhando a importância do destino dos jovens em um mundo em transformação. Lacalle Pou, após votar, também comentou que “o momento é especial para o país”, antecipando que na noite de hoje o Uruguai terá um novo presidente.
A expectativa é que a apuração dos votos revele o eleito ainda nesta noite, em um país de 3,4 milhões de habitantes, sendo 2,7 milhões aptos a participar do processo eleitoral. A mobilização de cada voto se mostra crucial em um contexto de rivalidade intensa e expectativas elevadas.