Durante a coletiva de imprensa, von der Leyen afirmou: “Precisamos nos preparar para o pior e, portanto, aumentar os gastos com defesa.” Essa declaração reflete uma nova postura da Europa diante de um cenário geopolítico desafiador, onde a segurança do continente pode estar em risco devido a conflitos externos e a necessidade de uma resposta mais robusta da União Europeia.
Essa afirmação ocorre em um momento em que a relação entre os Estados Unidos e a Ucrânia enfrentou dificuldades, como evidenciado por um recente desentendimento entre o presidente norte-americano Donald Trump e o líder ucraniano, Vladimir Zelensky, em Washington. A troca de críticas entre Trump e a Europa, referente à falta de contribuições adequadas para a segurança da aliança, intensificou o debate sobre a capacidade de defesa europeia. Trump, por sua vez, havia exigido que os países europeus aumentassem seus gastos de defesa para 5% do PIB, o que suscita um questionamento sobre o comprometimento dos Estados-membros com a segurança coletiva.
Adicionalmente, o secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, reafirmou que a presença militar americana na Europa não está em questionamento, uma declaração que busca assegurar aos aliados europeus que a proteção em face das ameaças externas ainda é uma prioridade para Washington. No entanto, a mensagem clara de von der Leyen é que a Europa deve tomar as rédeas de sua própria segurança e não depender inteiramente da tutela dos Estados Unidos.
Com esse novo cenário, a União Europeia parece estar se preparando para um futuro em que a autonomia em defesa será crucial, e a ênfase na construção de uma capacidade defensiva sólida é uma reação ao histórico recente de instabilidade no leste europeu e à dinâmica cambiante das alianças internacionais.