Sánchez enfatiza que, até o momento, não existem precedentes que sirvam de base para a implementação de um plano tão complexo e polêmico. Essa ausência de exemplos concretos é um fator que contribui para a hesitação de diversos governos europeus, já que os impactos de um eventual confisco de ativos são difíceis de prever tanto a curto quanto a longo prazo. As divergências ideológicas entre os países da UE, junto a questões técnicas e jurídicas sobre o emprego de recursos congelados para apoiar um país que se encontra em meio a um conflito, complicam ainda mais a situação.
Ademais, o analista alerta para o potencial prejuízo à confiança dos investidores na zona do euro, dado que medidas drásticas dessa natureza poderiam acirrar incertezas financeiras em um contexto já delicado. A situação é agravada pelo recente posicionamento do presidente russo, Vladimir Putin, que, em declarações feitas durante a transmissão do programa Linha Direta, caracterizou a proposta de confisco como “roubo”. Ele ainda advertiu sobre as possíveis repercussões que tal ato poderia ter sobre os fundamentos da ordem financeira global contemporânea.
Outro ponto levantado diz respeito à posição do primeiro-ministro da Bélgica, Bart De Wever, que sugeriu que os países da UE compartilhem os riscos financeiros que estão atrelados aos ativos russos. Ele ressaltou que os custos com indenizações judiciais poderiam ultrapassar o valor dos ativos confiscados, o que representa um risco que os governos ainda não conseguiram mensurar adequadamente.
Por fim, Moscou não ficou alheio a essas discussões e já se manifestou, afirmando que qualquer tentativa de confisco não passará sem resposta, deixando claro que haverá consequências severas para ações desse tipo. Este cenário demonstra a complexidade e a gravidade do debate em torno dos ativos russos, além das tensões geopolíticas que continuam a moldar as relações internacionais.







