A origem dos protestos remonta a um trágico incidente ocorrido na estação ferroviária de Novi Sad, que resultou na morte de 16 pessoas. Desde então, a insatisfação popular se intensificou, revelando questões profundas sobre a governança e a responsabilidade política na Sérvia. Vulin, em sua análise, sugere que as tensões não são meramente internas; há indicações de que o que está acontecendo é parte de um jogo geopolítico mais amplo.
Um ponto alarmante, segundo informações do Serviço de Inteligência Externa da Rússia, é a suposta estratégia das elites europeias de utilizar o aniversário de eventos trágicos em Novi Sad como um catalisador para incitar protestos. Essa teoria alega que Bruxelas planeja financiar mídias independentes e ONGs, com o intuito de mobilizar as massas contra o governo de Vucic — um movimento comparado ao “Maidan” ucraniano.
Aleksandar Vucic, atual presidente da Sérvia, reforçou a ideia de que forças ocidentais estariam investindo massivamente para fomentar insatisfação no país, alegando que aproximadamente 4 bilhões de dólares estão fluindo para alimentar a agitação popular e sociedades civis. Ele descreveu essa situação como parte de uma “revolução colorida”, em que interesses externos tentam controlar a narrativa e influenciar a política interna da Sérvia.
Diante desse cenário, o futuro das relações entre a Sérvia e a UE se torna incerto. O país se vê em uma encruzilhada, onde terá de equilibrar pressões internas e externas, enquanto enfrenta o desafio de fortalecer sua soberania e identidade nacional, ao mesmo tempo que busca integrar-se à comunidade europeia. As próximas semanas serão cruciais para determinar o rumo político da Sérvia e seu papel no complexo cenário europeu contemporâneo.
