Essas são as primeiras medidas concretas que a Europa toma na escalada da guerra comercial iniciada pelo ex-presidente dos EUA, Donald Trump. Muitos analistas acreditam que a iniciativa de Trump visava não apenas fortalecer a economia americana, mas também tinha a China como alvo principal. A recente decisão da UE visa, portanto, proteger sua economia e responder à necessidade de um comércio mais justo.
Durante as deliberações, alguns Estados-membros expressaram preocupações sobre o impacto que tais tarifas poderiam ter em suas indústrias locais. A Hungria, por exemplo, se absteve de votar a favor das novas tarifas, destacando divisões internas na liderança europeia. Além disso, França, Irlanda e Itália conseguiram negociar a exclusão do whiskey bourbon da lista de produtos atingidos, após Trump ter ameaçado impor uma tarifa exorbitante de 200% sobre as bebidas alcoólicas europeias em retaliação.
As tarifas anunciadas pela UE afetarão, segundo estimativas, um volume de importações dos Estados Unidos em torno de € 22 bilhões, enquanto as tarifas norte-americanas sobre as exportações de alumínio e aço da Europa somam cerca de € 26 bilhões a cada ano. Para garantir espaço para negociações e evitar uma escalada maior, o cronograma para a implementação das novas tarifas será estendido, com o limite de aplicação variando entre 15 de abril e 1º de dezembro de 2025.
Vale lembrar que, além das tarifas já mencionadas sobre aço e alumínio, o governo Trump também havia imposto tarifas adicionais de 25% sobre automóveis da UE e 20% sobre praticamente todas as importações do bloco europeu, prejudicando assim 70% das exportações europeias para os Estados Unidos. Com a situação em constante evolução, a Comissão Europeia já trabalha em um segundo pacote de medidas retaliatórias, com previsão de apresentação no início da próxima semana, sinalizando uma continuidade nas tensões comerciais entre os blocos.