União Europeia Adia Acordo Comercial com Mercosul em Meio a Protestos de Agricultores e Oposição da França e Itália

A União Europeia anunciou a decisão de adiar a assinatura de um amplo acordo de livre comércio com o Mercosul, uma medida que surge após intensos protestos de agricultores e a oposição súbita de países como França e Itália. A informação foi confirmada pela Comissão Europeia nesta quinta-feira, dia 18.

O bloco europeu tinha planos de formalizar o tratado neste fim de semana, culminando assim 26 anos de negociações. No entanto, a porta-voz da Comissão, Paula Pinho, revelou que a assinatura foi remarcada para janeiro de 2026, evidenciando a crescente tensão em torno do acordo.

Analistas apontam que essa prorrogação poderá afetar a credibilidade internacional da União Europeia, especialmente em um cenário onde se busca novos acordos comerciais, especialmente com países como Estados Unidos e China, diante das recentes tensões geopolíticas.

Este tratado, que prometia a eliminação gradual das tarifas sobre quase todos os produtos entre os países da UE e do Mercosul ao longo dos próximos 15 anos, passou a enfrentar uma resistência significativa. A França se destacou como a principal voz contrária ao acordo, e a Itália, por sua vez, levantou novas questões apenas um dia antes do anúncio oficial.

A decisão de adiamento foi fruto de discussões que ocorreram durante uma reunião entre a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o presidente do Conselho Europeu, António Costa, com a presença da primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni. Para que o novo cronograma fosse aceito, a Itália deve, em contrapartida, votar a favor do tratado em janeiro.

As tensões foram acentuadas quando agricultores, em um protesto massivo, bloquearam estradas em Bruxelas utilizando tratores e detonaram fogos de artifício, manifestando-se contra o acordo. A resposta das forças de segurança incluiu gás lacrimogêneo e canhões de água, evidenciando a intensidade do descontentamento.

Os agricultores expressam preocupações genuínas sobre os possíveis impactos econômicos que o acordo poderá trazer, temendo uma concorrência desleal. Além disso, há uma crescente apreensão política de que a rejeição ao tratado possa fortalecer movimentos de extrema-direita na região. Assim, a questão do acordo entre a União Europeia e o Mercosul continua a ser um tema sensível e polêmico, exigindo cautela e diálogo nas esferas legislativas e comunitárias.

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