União entre Centrão e oposição aprova projeto Antifacção, desafiando governo Lula e acendendo rivalidades na corrida presidencial de 2026

Na noite de ontem, a Câmara dos Deputados aprovou o polêmico projeto de lei conhecido como Antifacção, que visa endurecer as penas para membros de facções criminosas, milícias e grupos paramilitares no Brasil. Essa votação foi marcada pela articulação entre partidos do Centrão e siglas da oposição, que se uniram com o objetivo de minar a influência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em temas relacionados à segurança pública.

Governadores como Tarcísio de Freitas, de São Paulo, aproveitaram a oportunidade para criticar abertamente a postura do governo federal, que, em uma manobra política, se opôs ao projeto. A coalizão que apoiou a proposta incluiu partidos como o PP, União Brasil e o PL, que representa o ex-presidente Jair Bolsonaro. Apesar das controvérsias e das inúmeras alterações no relatório do deputado Guilherme Derrite, a maioria favorável acabou prevalecendo.

A aprovação do projeto foi vista como uma ação estratégica por figuras políticas que buscam se posicionar como alternativas na corrida presidencial de 2026. Tarcísio, embora tenha adotado uma estratégia cautelosa, enviou seu secretário de Segurança Pública, Derrite, de volta à Câmara para garantir que o projeto avançasse. Vale lembrar que Derrite também é pré-candidato ao Senado, evidenciando a importância do projeto para sua eventual campanha.

Ainda que o governo tenha apresentado o projeto, a base governista se opôs ao relatório de Derrite, levantando questões sobre o financiamento da Polícia Federal e o risco de sobreposição de legislações. Após a aprovação, Tarcísio se apressou em utilizar as redes sociais para celebrar a conquista: “A aprovação do Marco Legal da Segurança Pública é um passo decisivo para asfixiar o crime organizado”, declarou.

Na sequência, outros governadores, como Ronaldo Caiado de Goiás e Cláudio Castro do Rio de Janeiro, também buscaram tirar proveito político da situação. Caiado, em particular, ficou de perto durante a votação e interagiu com outros deputados e líderes partidários, reforçando a ideia de que o projeto é uma resposta necessária ao clamor popular por um combate mais rigoroso ao crime.

Analisando o cenário político mais amplo, muitos líderes da oposição acreditam que a aprovação do projeto fortaleceu a direita, especialmente considerando que pesquisas indicam que a população está a favor de uma abordagem mais rígida em relação à criminalidade. Contudo, o governo se prepara para contestar o projeto no Senado, tentando mitigar os impactos negativos que surgiram após a votação.

O novo marco legal estabelece penas que variam de 20 a 40 anos, podendo alcançar até 66 anos em circunstâncias específicas, e inclui medidas rigorosas como confisco de bens e restrições na progressão de regime para os condenados. O governo ainda tentou incluir a equiparação de facções ao terrorismo, mas essa proposta foi rapidamente rejeitada.

Conforme o cenário se desenvolve, a dinâmica entre o governo e a oposição em torno deste tema será crucial para moldar as linhas da batalha política que se aproxima nas eleições de 2026. A reação da população contra o crime e as táticas políticas em jogo farão parte de um cenário em constante evolução.

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