De acordo com a promotora de Justiça, a violência cibernética é bastante expressiva dentro do universo de violência contra a mulher. No período de janeiro até o momento atual, a Ouvidoria da Mulher recebeu 1.626 denúncias, sendo que 411 delas estavam relacionadas à violência cibernética. No entanto, Dina Maria acredita que o número de casos pode ser ainda maior, pois muitas vítimas têm medo de fazer a denúncia.
Um fato preocupante destacado pela coordenadora é que, em julho de 2023, dos 8.073 expedientes atendidos pela Ouvidoria do MPRJ, apenas 125 tratavam de violência contra mulheres. Isso evidencia a subnotificação dos casos, o que torna a situação ainda mais alarmante. Para combater isso, a Ouvidoria vem estudando medidas para que as mulheres se sintam seguras para denunciar sob anonimato.
No âmbito da CPI, a presidente da comissão, deputada Martha Rocha (PDT), defende a capacitação dos profissionais responsáveis pelo primeiro atendimento às vítimas. Ela ressalta a importância da interlocução entre as áreas da saúde e educação para que os profissionais de emergência médica tenham sensibilidade ao identificar indícios de automutilação e encaminhar a vítima para o tratamento psicológico adequado.
A relatora da comissão, deputada Índia Armelau (PL), também abordou os perigos da exposição de crianças e adolescentes em redes sociais, mesmo com autorização dos pais e responsáveis. Ela citou depoimentos de influenciadores digitais que deixaram de publicar conteúdos na internet após receberem mensagens de ódio, além de expressar sua preocupação com a exposição de crianças em casos de pedofilia e pornografia infantil.
Diante dessas questões, é evidente a necessidade de medidas efetivas para combater a violência cibernética contra as mulheres e garantir a segurança e integridade das vítimas. Ações educativas, capacitação de profissionais e conscientização sobre os perigos do ambiente virtual são algumas das medidas que podem contribuir para a proteção de mulheres e crianças.