A libertação de Emily veio durante uma trégua em novembro do mesmo ano, juntamente com sua amiga Hila Rotem e a mãe desta. No entanto, a liberdade não trouxe consigo a paz de espírito, mas sim o início de um longo processo de recuperação para a menina e os outros cem reféns envolvidos em uma troca por prisioneiros palestinos detidos em Israel. A tragédia atingiu também Hand de forma pessoal, pois perdeu a mãe aos dois anos e sua madrasta foi morta durante o ataque ao kibutz.
Meses após o trauma, mais de noventa reféns permanecem em Gaza, enquanto trinta e três deles foram declarados mortos pelas autoridades israelenses. Um grupo de crianças, incluindo Emily e Hila, participaram de um projeto musical com o famoso cantor israelense Keren Peles como parte do processo de cura.
A casa do artista se tornou um refúgio onde essas crianças e adolescentes afetados pelo ataque do Hamas se reuniram para cantar e compartilhar experiências. Yuval Sharabi, de dezoito anos, perdeu o pai no cativeiro e ainda aguarda notícias de seu tio, também refém. Para ele, a música composta por Peles ecoa seus sentimentos de dor e espera.
Com a música, Keren Peles busca dar voz aos que perderam entes queridos e esperança às famílias dos reféns ainda retidos. O coro inclui diversas histórias de perda e dor, todas unidas pela tragédia do dia 7 de outubro de 2023. Apesar das tentativas de seguir em frente, o peso daquele fatídico dia continua a assombrar a vida de todos os envolvidos.