O impasse teve início devido à dificuldade em obter apoio para o orçamento e a aprovação de um pacote de ajuda proposto pelo presidente Joe Biden para financiar as guerras em Israel e na Ucrânia. O deputado Kevin McCarthy, que presidia a Casa, não conseguiu os votos necessários dos republicanos e buscou apoio dos democratas para manter o governo funcionando temporariamente por 45 dias. Isso desencadeou a revolta da ala mais radical do partido, levando ao afastamento de McCarthy.
Desde então, os republicanos tentaram eleger quatro candidatos, mas nenhum deles obteve os 217 votos necessários. Isso reflete a maioria apertada na Casa, com 221 a 212, e a possibilidade de que a dissidência de poucos deputados possa travar a pauta legislativa.
A eleição de Mike Johnson coloca um ultraconservador como o segundo na linha de sucessão à presidência, atrás apenas da vice-presidente, Kamala Harris. Johnson é um advogado de 51 anos que se opõe ao aborto e ao casamento entre pessoas do mesmo sexo, além de ter desempenhado um papel importante na tentativa de anular as eleições presidenciais de 2020.
Em seu comunicado após a eleição, Johnson apontou a diversidade de opiniões na Câmara dos Deputados como o motivo do impasse. Ele prometeu restaurar a confiança e promover uma agenda conservadora, combatendo as políticas do governo Biden e apoiando os aliados internacionais.
Uma das primeiras medidas de Johnson será uma resolução de apoio a Israel e condenação do Hamas pelos ataques terroristas ocorridos em outubro. O deputado é conhecido pela sua forte ligação com a extrema direita religiosa israelense, que faz parte da coalizão do primeiro-ministro Binyamin Netanyahu.
A aprovação do pacote de ajuda de US$ 14,3 bilhões para Israel é esperada nos próximos dias, mas ainda é incerto se os US$ 61 bilhões para a Ucrânia serão aprovados, uma vez que muitos republicanos são contra.
No entanto, o maior desafio de Johnson será a aprovação de um orçamento definitivo para o próximo ano fiscal. Republicanos e democratas têm até o dia 17 de novembro para chegar a um acordo. A ala mais radical do partido quer cortar programas sociais e realizar audiências de impeachment contra Biden, enquanto republicanos moderados temem aderir a essa agenda extremista e prejudicar suas chances de reeleição no próximo ano.