Orientados pelo professor Felipe Andrade e com o suporte do projeto Residência Pedagógica, os estudantes realizam todas as etapas do processo na própria escola. Desde o pré-tratamento até a criação do papel, as atividades são executadas no laboratório da instituição. O professor Felipe destaca a integração dos estudantes não diretamente envolvidos no projeto, que por meio de participações em projetos paralelos ou na Feira de Ciências, acabam contribuindo para o ambiente educacional e científico da escola.
O projeto não apenas avança em termos de sustentabilidade, ao utilizar um resíduo que seria descartado, mas também tem resultados positivos no ambiente escolar. Felipe Andrade ressalta que a iniciativa foi crucial para a organização da Feira de Ciências da escola, que agora pretende acolher outras instituições. A inspiração gerada pelo projeto tem estimulado outros docentes e estudantes a desenvolverem suas próprias pesquisas, além de melhorar o desempenho acadêmico e combater a evasão escolar.
A metodologia aplicada no projeto já está sendo expandida para outras áreas, utilizando o bagaço de cana para criar carvão ativado, substitutos para carvão de queima, concreto e aglomerado de madeira. Andrade destaca que o projeto demonstra que é possível fazer ciência de qualidade em uma escola pública periférica, reforçando a capacidade dos jovens alagoanos e a importância do estado no cenário científico nacional.
O projeto conta com a colaboração de professores do Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde (ICBS) da Ufal, como Giana Raquel Rosa e Júlio César de Oliveira, além de estar buscando parcerias com outras instituições, como a Universidade de São Paulo (USP), através do professor Gilson Schwartz.
Recentemente, o projeto concorreu ao prêmio de melhor projeto na Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace), na USP. A participação na Febrace foi intensa e envolveu muita pesquisa, experimentação e preparação, o que, segundo Felipe, foi extremamente inspirador para todos os envolvidos. Essa experiência ampliou os horizontes do projeto, que agora trabalha em subprojetos com a intenção de participar de eventos como a Mostratec, no Rio Grande do Sul, e novamente da Febrace.
Este tipo de iniciativa não apenas dá novo uso a materiais que seriam descartados, mas também exemplifica como a ciência pode ser uma ferramenta poderosa para a educação e a sustentabilidade, engajando a comunidade estudantil e promovendo um futuro mais verde e consciente.