A presença do coral invasor foi detectada pela primeira vez na região de Itaparica há aproximadamente um ano, por pescadores locais. No entanto, essa espécie invasora já havia sido identificada no Rio de Janeiro há três décadas. A operação, que conta com a participação de várias entidades, incluindo a Secretaria do Meio Ambiente (Sema), o Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) e a ONG Pró-Mar, tem como meta erradicar o coral invasor, que representa uma ameaça aos ecossistemas locais.
Cláudio Sampaio foi convidado a integrar essa ação devido à sua vasta experiência em ecossistemas marinhos e tem contribuído ativamente para o planejamento das estratégias de manejo. Segundo o professor, as ações em andamento são inéditas e buscam determinar a melhor metodologia para a remoção do invasor. Diversas técnicas estão sendo testadas, como a aplicação de vinagre, sal azedo e água doce, além da remoção manual do coral na região do píer de Itaparica.
Em entrevista, Cláudio Sampaio ressaltou a importância dessas ações para preservar a biodiversidade marinha da região. Ele destacou que o octocoral, Chromonephthea braziliensis, é uma espécie invasora originária do Pacífico, que atualmente tem se expandido pelas águas tropicais do Atlântico, chegando aos recifes de coral da Baía de Todos os Santos.
O pesquisador alertou também para o risco de introdução do Chromonephthea braziliensis no litoral alagoano, especialmente devido à expansão das atividades de petróleo e gás na região. Portanto, a prevenção é fundamental para evitar possíveis impactos negativos. A comunidade local, incluindo pescadores, marisqueiras e turistas, tem um papel importante no monitoramento e na identificação do coral invasor, sendo essencial informar às autoridades ambientais sobre a presença dessa espécie na região.
A colaboração entre pesquisadores, gestores ambientais e a comunidade é fundamental para conter os danos causados pelo Chromonephthea braziliensis. Em Salvador, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente convocou uma reunião com a comunidade da Ilha de Itaparica para discutir ações conjuntas de monitoramento e controle da espécie invasora. Todos os esforços estão sendo feitos para proteger a rica biodiversidade marinha da região e garantir a sustentabilidade dos ecossistemas costeiros.