UFAL – Pesquisadores desenvolvem tecnologia inovadora para detectar uso de crack por meio da saliva, revolucionando métodos tradicionais e preocupados com o meio ambiente.

O Relatório Mundial sobre Drogas 2024, divulgado recentemente pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), trouxe à tona números alarmantes sobre o aumento do consumo de drogas em todo o mundo. De acordo com o relatório, mais de 292 milhões de pessoas em 2022 fizeram uso de drogas, representando um aumento de 20% em relação à década anterior. Em meio a essa preocupante realidade, uma equipe de cientistas das universidades brasileiras UFU e Ufal, em colaboração com a Polícia Federal, desenvolveu uma tecnologia inovadora para detectar o uso de crack através da saliva, utilizando luz infravermelha.

Liderados pelo professor Robinson Sabino-Silva, a equipe do Grupo de Inovação em Diagnóstico Salivar e Nanobiotecnologia da UFU (Salivanano/UFU) conseguiu desenvolver um método pioneiro que dispensa exames invasivos e prejudiciais ao meio ambiente. Pela primeira vez, a saliva foi utilizada como forma de detecção do crack, por meio de uma plataforma portátil baseada na luz infravermelha associada a algoritmos de inteligência artificial (IA).

A tecnologia inovadora foi capaz de identificar a exposição ao crack com uma precisão de 90%, sendo que um dos algoritmos de IA atingiu uma sensibilidade de 100%. O uso da inteligência artificial se mostrou crucial não apenas na identificação da droga, mas também na agilidade do diagnóstico para a população. O professor Sabino-Silva ressaltou a importância da parceria entre as instituições envolvidas no estudo, que contou com apoio financeiro de agências de fomento à pesquisa, como a Capes, CNPq, Fapeal e Fapemig.

A nova plataforma portátil, aliada à inteligência artificial, representa um avanço significativo no campo da detecção de drogas, sendo uma alternativa responsável e sustentável em comparação aos métodos convencionais. Além de eficiente, a tecnologia desenvolvida pelas universidades brasileiras é acessível e amigável ao meio ambiente, utilizando apenas luz infravermelha para análise química da saliva.

Com a validação dos métodos em humanos, espera-se que o novo teste desenvolvido pelas instituições brasileiras possa ser amplamente aplicado em clínicas, hospitais, centros de reabilitação e investigações policiais, sem a necessidade de grandes laboratórios ou equipamentos complexos. A pesquisa foi publicada na renomada revista científica “Spectrochimica Acta Part A: Molecular and Biomolecular Spectroscopy”, evidenciando o impacto positivo do estudo no campo da saúde pública e na preservação ambiental.

Portanto, o trabalho desenvolvido pela UFU, Ufal e Polícia Federal, com apoio de diversas agências de fomento à pesquisa, destaca-se como um exemplo de ciência responsável e inovadora, contribuindo significativamente para o combate ao consumo de drogas e para a promoção da saúde pública.

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