UFAL – Pesquisadores da Ufal lideram missão de estruturar e regulamentar Biobanco, que pode ser o primeiro oficializado na região.

A criação de um biobanco em uma universidade é uma tarefa de extrema importância e complexidade. Envolve a coleta, o armazenamento e a gestão de amostras biológicas, com o objetivo de apoiar pesquisas científicas e avanços na área da saúde, além de contribuir para a formação qualificada de profissionais. No Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde (ICBS) da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), um grupo de pesquisadores está envolvido nessa missão.

Os professores Olavo Barbosa, Rodrigo Freitas, George Lemos e Célio Rodrigues lideram a equipe responsável por estruturar e regulamentar o Biobanco da Ufal. Eles estão realizando um levantamento do acervo de cadáveres, ossos, dentes, fetos e outras informações, que servirão como base para o projeto que será submetido ao Comitê de Ética da Ufal e, posteriormente, à Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep), vinculada ao Conselho Nacional de Saúde (CNS).

De acordo com o professor Olavo Barbosa, o Brasil possui 87 biobancos, sendo a maioria concentrada nas regiões Sudeste e Sul. No Nordeste, existem apenas dois biobancos, um no Ceará e outro em Pernambuco, que, segundo Barbosa, não estão oficialmente validados. Portanto, a organização do biobanco da Ufal pode se tornar o primeiro oficializado na região de Alagoas.

A ideia de criar e oficializar o Biobanco da Ufal junto ao Conselho Nacional de Saúde surgiu quando o professor Olavo Barbosa realizava seu mestrado na Unicamp e observou os procedimentos adotados naquela instituição. Após discussões internas e aprovações, a proposta foi apresentada à direção do ICBS e ao Conselho da Unidade Acadêmica.

Depois de passar por avaliações e incorporar sugestões de adequação, o equipamento foi definido como Biobanco de Anatomia do ICBS. O regimento já foi aprovado no Conselho da Unidade Acadêmica, e agora está sendo realizado o levantamento do material disponível, que é um dos anexos para o projeto ser encaminhado aos órgãos competentes de ética em pesquisa.

O professor Rodrigo Freitas, que também participa da gestão do biobanco, destaca que o equipamento contará com um site na universidade, onde serão disponibilizados os contatos dos pesquisadores, além das informações sobre o material humano disponível para atividades científicas. Dessa forma, o acesso ao material não será restrito apenas aos grupos de pesquisa da Ufal, mas também a outras instituições interessadas.

A utilização de cadáveres, órgãos e tecidos humanos para fins de pesquisa é um tema complexo que envolve questões éticas e morais. A legislação que regulamenta a atividade exige protocolos rigorosos para a coleta, o processamento e o armazenamento dessas amostras biológicas. Apenas as instituições que possuem cursos de Medicina podem constituir um biobanco, mas outras faculdades podem estabelecer convênios para ter acesso a esses materiais.

Um biobanco bem gerenciado pode contribuir significativamente para avanços na medicina e na biologia. Pesquisas realizadas com esses materiais têm demonstrado a importância da formação de profissionais de saúde utilizando cadáveres humanos. Os estudantes que têm acesso a aulas práticas com cadáveres apresentam uma formação acadêmica e profissional mais completa, pois aprendem sobre variações anatômicas, doenças pré-existentes e aspectos estruturais que não podem ser observados apenas em modelos anatômicos sintéticos.

Os professores envolvidos no projeto destacam a importância de se obter a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa para todos os trabalhos que utilizem material humano. Isso garante a qualidade e a integridade das amostras e facilita a aprovação de projetos de pesquisa em anatomia humana.

Portanto, a criação do Biobanco da Ufal representa um marco importante para a pesquisa científica e para a formação de profissionais de saúde em Alagoas. A organização desse biobanco trará avanços significativos para a área médica e biológica, além de contribuir para a qualificação dos profissionais que atuarão nesses campos. Com acesso a um acervo apropriado e bem gerenciado, pesquisadores poderão realizar estudos mais aprofundados e desenvolver novas técnicas e tratamentos, beneficiando a sociedade como um todo.

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