UFAL – Mortalidade de corais acima de 90% no litoral de Alagoas preocupa pesquisadores da UFAL: impactos do aquecimento global em foco.

O Laboratório de Ecologia e Conservação no Antropoceno (Ecoa) da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) está prestes a iniciar uma nova missão de avaliação sobre a mortalidade dos corais no litoral alagoano, marcada para o próximo mês de outubro. Uma análise preliminar realizada em agosto apontou que a perda das comunidades estudadas pode ultrapassar os 90%.

Os pesquisadores responsáveis pelo estudo, Robson Santos e Ricardo Miranda, ficaram chocados com os resultados devastadores encontrados durante as análises. O cenário encontrado sob as águas dos recifes alagoanos foi descrito como um “grande cemitério de corais” pelos especialistas.

Desde setembro de 2023, a saúde dos recifes de corais em Maragogi, Paripueira e Maceió vem sendo monitorada devido ao evento de branqueamento que impactou a sobrevivência de diversas colônias. A interação de fatores como o El Niño e os impactos humanos, incluindo as mudanças climáticas, foram apontados como responsáveis pela alta mortalidade dos corais.

Durante os meses de outubro e novembro, os pesquisadores terão a oportunidade de avaliar a gravidade do problema. O alarmante aumento de aproximadamente 3°C na temperatura da água, chegando a 34°C, foi um dos principais fatores que contribuíram para o branqueamento em larga escala dos corais no litoral alagoano em abril deste ano.

O projeto de monitoramento da Ufal recebe financiamento da Fapeal e bolsas de estudo do CNPq, além de fazer parte de uma rede nacional de monitoramento. Diversas metodologias são empregadas, incluindo a instalação de sensores, sondas e mergulhos para avaliar a saúde das colônias de corais.

Os pesquisadores fazem um apelo à conscientização e à ação, destacando que a recuperação dos corais é um processo lento e que é fundamental a colaboração global e local para enfrentar esse desafio. A Ufal busca parcerias com diferentes setores para desenvolver alternativas de reestruturação dos corais e promover o turismo sustentável.

Diante da grave situação, a mensagem final dos especialistas é clara: é preciso reduzir o impacto ambiental, apoiar projetos de conservação e disseminar a importância da preservação dos oceanos. Juntos, é possível contribuir para a sobrevivência dos ecossistemas marinhos.

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