O trabalho está sendo liderado pelo professor Ricardo Miranda e coordenado pelo professor Robson Santos, e tem como objetivo analisar a ecologia trófica do peixe-leão e compará-la com outras espécies nativas funcionalmente semelhantes, como o Epinephelus adscensionis e o Cephalopholis fulva. Essas espécies desempenham funções semelhantes no ambiente como mesopredadores, controlando a população de presas no ecossistema.
Até então, o peixe-leão só havia sido avistado no litoral norte de Alagoas, mas recentemente pescadores da comunidade de Lagoa Azeda encontraram um exemplar a 35 metros de profundidade, medindo 21 cm de comprimento. Com o auxílio dos pescadores, a Ufal tem conseguido aprofundar os estudos sobre o peixe-leão.
O projeto também inclui a conscientização dos pescadores sobre os cuidados necessários ao lidar com os espinhos venenosos do peixe-leão, além de incentivar a doação de material biológico para análises científicas. A pesquisa, financiada pela Fapeal e pelo CNPq, está associada ao Programa de Pós-graduação Diversidade Biológica e Conservação nos Trópicos (Dibict) da instituição.
Os pesquisadores da Ufal estão investigando se o peixe-leão está competindo com espécies nativas do litoral brasileiro e qual o impacto dessa invasão no ecossistema marinho. Eles utilizam técnicas como análise do conteúdo estomacal e do trato gastrointestinal dos peixes para compreender melhor a ecologia trófica e os efeitos do peixe-leão nas áreas protegidas e não protegidas.
Segundo o professor Ricardo Miranda, esse estudo pioneiro poderá estabelecer um panorama para futuras pesquisas, melhorando a avaliação dos impactos da invasão do peixe-leão. A pesquisa também visa entender como a presença desse predador exótico afeta a população de presas e as comunidades pesqueiras locais.