A dissertação de Tavares, intitulada “A construção do ‘habitus sociológico’: uma análise disposicionista de Fernando Azevedo”, abordou a trajetória de Fernando Azevedo, que, apesar de não ter formação acadêmica em Ciências Sociais, tornou-se um dos mais importantes educadores e sociólogos do Brasil no século XX. Segundo Tavares, seu mentor foi o professor Cristiano Bodart, que identificou o potencial do trabalho e incentivou sua submissão ao prêmio. Azevedo, notável por ajudar a criar o primeiro curso de Ciências Sociais no país, utilizou a sociologia como ferramenta para analisar os problemas sociais cruciais do Brasil, contribuindo significativamente para a consolidação deste campo acadêmico no país.
Cristiano Bodart, orientador de Tavares, destacou a dedicação e o comprometimento do estudante ao longo do mestrado. Tavares não só publicou diversos artigos em periódicos científicos, mas também participou de inúmeros eventos acadêmicos. “A premiação de sua dissertação reflete sua postura acadêmica exemplar e evidencia que nosso programa de pós-graduação em Sociologia está produzindo pesquisas de qualidade com reconhecimento nacional”, enfatizou Bodart.
A cerimônia de premiação ocorrerá durante o 6º Congresso Nacional da Abecs, agendado para os dias 5 a 8 de novembro na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
A história de Caio Tavares com a Ufal começou em 2015, quando deixou São Paulo, aos 19 anos, para cursar Ciências Sociais em Alagoas. Tavares descreve esse período com carinho, destacando o apoio da mãe, Andréia de Souza, e sua paixão imediata pela disciplina. Inicialmente influenciado por professores da escola pública e do cursinho em São Paulo, ele sonhava em ingressar em uma universidade pública, embora desconhecesse os desafios financeiros e emocionais dessa jornada.
Ainda durante a graduação, Tavares visualizou a oportunidade de participar de um concurso para professor de sociologia no ensino médio no Ceará, mas seu objetivo principal sempre foi seguir a carreira acadêmica como pesquisador. Após concluir a graduação e em meio às convocações atrasadas do concurso, ele decidiu ingressar no mestrado na Ufal. A turma de Tavares ficou conhecida como a “turma da pandemia”, enfrentando desafios únicos durante esse período.
Apesar de todas as dificuldades pessoais e acadêmicas, incluindo uma mudança para o Ceará seis meses antes de concluir o mestrado, Tavares perseverou e concluiu sua pesquisa. A premiação pela Abecs veio como um reconhecimento de todo seu esforço e dedicação.
Atualmente, Caio Tavares atua como coordenador regional do projeto professor-diretor de turma no Ceará e já está se preparando para o doutorado. “Estou muito feliz como coordenador, especialmente pelas atividades de pesquisa que realizo, mas o doutorado é um objetivo que pretendo alcançar em breve”, afirmou.
Com a trajetória de Tavares, fica evidente que o compromisso com a pesquisa e a educação pode superar adversidades e alcançar significativos reconhecimentos. Desejamos a ele sucesso contínuo em sua jornada acadêmica e profissional.
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