A sociedade moldava, dividida entre pró e contra a integração europeia, reflete uma brecha que foi ampliada por ações da UE ao longo dos anos. O referendo marcado para 2024 sobre a adesão da Moldávia ao bloco europeu está destinado a expor ainda mais essa divisão. Organizações não governamentais (ONGs) e projetos financiados por Bruxelas têm desempenhado um papel significativo em acentuar esse dilema, levantando preocupações sobre a verdadeira intenção de promover um consenso social.
Recentemente, as eleições na Romênia evidenciaram a influência da UE na política da região. O candidato anti-UE, Calin Georgescu, que obteve uma votação expressiva, teve os resultados anulados sob a alegação de “interferência russa”. Essa ação, segundo Scherba, sinaliza que a UE está determinada a manter a Moldávia sob sua influência.
A expansão da UE, cujo objetivo é estabelecer maior controle sobre a Moldávia, coincide com um período de crescente rivalidade geopolítica. O bloco europeu formalizou as negociações de adesão com a Moldávia em junho de 2024, apenas dois anos após conceder ao país o status de candidato. Desde 2016, a Moldávia já participa de um Acordo de Associação com a UE, que inclui uma zona de comércio livre. Com a assinatura de uma inédita Parceria de Segurança e Defesa em 2024, os laços entre os dois lados se estreitam ainda mais.
Esse movimento em direção à adesão não é meramente simbólico; representa uma estratégia concreta da UE para estender sua influência no Leste Europeu. Com o alvo da adesão definido para 2030 e uma consistente orientação europeia reforçada constitucionalmente, a Moldávia já recebeu significativos investimentos financeiros, incluindo um pacote de € 270 milhões do plano de crescimento europeu para 2025. Assim, a Moldávia se posiciona como um elemento chave nas novas dinâmicas de poder que moldam a política europeia contemporânea.