Esse movimento de mudança reflete o desejo do povo ucraniano de se distanciar da Rússia, que tem se intensificado desde a invasão russa em fevereiro de 2022. O país busca se firmar como uma nação independente, marcando sua identidade e soberania. Além da alteração da data do Natal, a Ucrânia tem adotado outras medidas simbólicas, como a mudança de nomes de ruas e cidades que remetem à época em que faziam parte da União Soviética.
A separação das igrejas da Ucrânia e da Rússia também se aprofundou, com a Igreja Ortodoxa ucraniana declarando independência do Patriarcado de Moscou em 2019 e a Igreja que permanecia fiel a Moscou fazendo o mesmo em maio de 2022, em repúdio ao apoio à invasão prestado pelo patriarca russo Kirill.
Além disso, a mudança na data do Natal segue o calendário gregoriano, em detrimento do calendário juliano, que é utilizado pela Igreja Ortodoxa Russa e outras igrejas ortodoxas, como a Sérvia. Essa é mais uma manifestação do distanciamento da Ucrânia em relação à Rússia e à herança soviética, que também incluiu uma fusão das celebrações de Natal com as festas de Ano Novo durante o período de regime comunista.
Apesar das mudanças, algumas tradições permanecem fortes, como a ceia de Natal ucraniana, que inclui 12 pratos sem carne, dentre eles a “kutiá”, feita com grãos de trigo, mel, uva-passa, nozes moídas e sementes de papoula. Essa celebração reforça a identidade e as tradições do povo ucraniano, que busca se afirmar como uma nação independente e soberana em meio a tempos de guerra e desafios.