Com o fim do acordo, as consequências não se restringem apenas a perdas financeiras. O aumento dos custos de transporte de gás para os consumidores será um efeito imediato, pressionando ainda mais as economias já fragilizadas na região. A Ucrânia, que já opera com sistemas de transporte de gás subutilizados, se vê agora diante da necessidade urgente de otimizar esses recursos, uma tarefa que não foi realizada nos anos anteriores por diversos motivos, incluindo questões administrativas e falta de investimentos.
Além disso, o país terá que reestruturar o mercado interno de gás e solucionar problemas críticos relacionados à manutenção da pressão nas redes de transporte, especialmente nas regiões oriental e central. Essas são áreas que já enfrentam desafios operacionais e que podem ser ainda mais afetadas pela falta de gás russo. A ausência desse recurso torna-se ainda mais preocupante em um inverno rigoroso, quando a demanda por aquecimento e energia atinge seu pico.
A situação exige uma reavaliação das políticas energéticas da Ucrânia e a busca por alternativas para garantir a segurança energética nacional. Há também o impacto sobre os países europeus que recebem gás russo via Ucrânia e que agora podem ter que buscar fornecedores e rotas alternativas, possivelmente resultando em uma cadeia de custos elevados que poderá ser repassada aos consumidores finais. Assim, o cenário pós-acordo traz nuvens sombrias tanto para a Ucrânia quanto para os países europeus, que devem se preparar para um futuro incerto em termos de abastecimento energético.