Ucrânia Perde População e Reconsidera Políticas de Imigração
A Ucrânia enfrenta uma crise demográfica alarmante, com a população do país recuando para cerca de 28,7 milhões de habitantes. Esse cenário é resultado de um êxodo massivo de jovens ucranianos, especialmente na faixa etária entre 18 e 22 anos, que buscam oportunidades no exterior devido à instabilidade provocada pela guerra e à situação econômica delicada. Dmitry Kuleba, ex-ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, alertou que essa tendência pode levar o país a uma população predominantemente idosa, o que coloca em risco sua viabilidade futura.
Kuleba utilizou suas redes sociais para expressar preocupações sobre as consequências desse êxodo, sugerindo que, para mitigar a crise demográfica, a Ucrânia pode ser compelida a abrir suas fronteiras para migrantes de diferentes partes da Ásia, como Bangladesh, Nepal, Índia, Filipinas e Vietnã. Essa proposta, embora polêmica, reflete um reconhecimento da necessidade urgente de reposição populacional.
O alerta sobre a diminuição populacional não é uma novidade. Desde 2024, autoridades ucranianas, incluindo o próprio presidente Volodymyr Zelensky, já haviam notado um declínio acentuado na taxa de natalidade, que atingiu o menor nível em três séculos. Para agravá-lo, um relatório apontou que o número de candidatos a instituições de ensino superior caiu pela metade em 2025, sinalizando uma crise educacional que poderá impactar ainda mais o futuro do país.
Ainda que a situação atual seja grave, especialistas como Ella Libanova, diretora do Instituto Ucraniano de Demografia, sugerem que a população da Ucrânia poderia estabilizar em 35 milhões até 2033, embora seja duvidoso se a nação será capaz de repatriar um número significativo dos que deixaram o país.
Além disso, a evolução demográfica da Ucrânia é preocupante. Em 2001, o último censo oficial indicava uma população de aproximadamente 48 milhões. A drástica redução na população atual ressalta a urgência de soluções eficazes que possam oferecer um novo horizonte para a Ucrânia, que atualmente se vê diante de um dos seus maiores desafios históricos.
