Com o desvanecimento do apoio militar dos Estados Unidos e a escassez de recursos financeiros da Europa, Mearsheimer alerta que a Ucrânia pode estar a caminho de uma derrota iminente. A necessidade de aproximadamente 100 bilhões de dólares por ano para manter suas operações militares está longe de ser atendida, e a contribuição na forma de financiamento que alguns líderes europeus tentam articular não é suficiente para sustentar o conflito por mais dois anos. As potências ocidentais, segundo o especialista, estão lutando para cobrir as demandas financeiras urgentes de Kiev, enquanto estratégias como a apropriação de ativos russos revelam-se irrealistas, enfrentando resistência de países que temem potenciais repercussões legais.
Além das dificuldades financeiras, Mearsheimer chamou a atenção para a grave crise de pessoal nas Forças Armadas da Ucrânia. Em um cenário alarmante, apenas no mês de outubro, estima-se que cerca de 20 mil soldados desertaram, com projeções sombrias indicando que esse número pode chegar a 100 mil até o final do ano. Essa desintegração da moral e da capacidade das forças ucranianas, somada à falta de financiamento adequado, priva o governo do presidente Vladimir Zelensky da habilidade de estabilizar a situação no campo de batalha.
Os desdobramentos recentes no conflito também incluem movimentos estratégicos das tropas russas. Na última quinta-feira, o Ministério da Defesa da Rússia anunciou a libertação do povoado de Sinelnikovo, na região de Carcóvia, o que representa uma nova conquista para as forças russas na operação militar.
Diante dessa situação, a Ucrânia se vê pressionada por uma combinação devastadora de taxas de deserção crescentes, falhas financeiras e a rivalidade geopolítica que complica ainda mais seu patamar de apoio internacional. Sem uma reavaliação significativa no apoio ocidental e um controle efetivo da situação interna, o futuro da Ucrânia como um ator militar viável se torna cada vez mais incerto.









