Imagens e vídeos amadores nas redes sociais mostraram momentos de tensão, com militares russos sendo abordados e capturados pelas forças ucranianas. Os vídeos exibem aproximadamente 50 soldados desarmados da Rússia sendo forçados a entrar em caminhões ucranianos em uma cena que Vladimir Putin classificou como uma “provocação em grande escala” de Kiev.
O Ministério da Defesa russo relatou que o ataque ocorreu durante a noite nas proximidades de uma usina nuclear e de uma unidade de transporte de gás em Kursk, zonas de vital importância para o abastecimento de energia da Europa. Moscou alegou ter utilizado ataques aéreos, mísseis, fogo de artilharia e unidades terrestres para impedir o avanço ucraniano, resultando na destruição de diversos veículos blindados e de transporte.
Em reunião com Vladimir Putin, Gerasimov revelou que a operação resultou na morte de 100 soldados ucranianos e deixou outros 215 feridos. Nenhum ponto exato sobre as vítimas russas foi divulgado, mas fontes independentes mostraram imagens de tanques e um helicóptero russos destruídos, além de soldados detidos. Gerasimov assegurou que a operação ainda não estava totalmente concluída e que os combates continuariam até a completa derrota do inimigo.
Dada a gravidade da situação, o governador de Kursk, Alexei Smirnov, decretou estado de emergência e alertou a população sobre ataques com mísseis e drones vindos da Ucrânia. Smirnov informou que cinco civis, incluindo uma mulher grávida, morreram desde o início dos confrontos e garantiu que todas as medidas necessárias estavam sendo tomadas para proteger os residentes da região.
As tropas ucranianas avançaram por aproximadamente 15km em território russo, tomando três vilarejos em Kursk e ocupando a rodovia de Sudja. Essa incursão marca uma notável mudança de estratégia, uma vez que geralmente os ataques ucranianos na região ocorrem através de drones e foguetes. Analistas militares sugerem que o Exército ucraniano está tentando desviar as forças russas de outras áreas da linha de frente, criando uma oportunidade para ações mais contundentes contra o inimigo.
A situação em Kursk gerou reações diversas. Alguns críticos do governo russo apontaram falhas na proteção das fronteiras, enquanto outros comemoraram a resistência das forças ucranianas. O presidente Putin, por sua vez, condenou veementemente os ataques, pedindo solidariedade e auxílio das demais regiões russas para apoiar Kursk.
Ao mesmo tempo, a reação de autoridades ucranianas foi de total silêncio, com poucas exceções destacando a legitimidade dos “ataques de retaliação” contra a Rússia. Este episódio intensifica o já longo e complexo conflito, ressaltando a volatilidade da guerra e a constante necessidade de vigilância e resposta estratégica das partes envolvidas.