Para contornar esses desafios financeiros e explorar um novo horizonte, a Turquia está voltando sua atenção para a América Latina. Projetos significativos já estão em andamento, como o investimento de mais de US$ 1,6 bilhão da empresa Yilport em dois portos em El Salvador. No Brasil, o comércio bilateral entre os dois países disparou de US$ 950 milhões em 2002 para impressionantes US$ 13,9 bilhões em 2023—alludindo a um crescimento quase 14 vezes em menos de duas décadas.
O clima de aproximação entre Brasil e Turquia foi enfatizado com visitas de alto nível entre líderes, como a de Luiz Inácio Lula da Silva a Ancara em 2009. Essa relação tem se reforçado com a Turquia buscando mais espaço no BRICS e desejando estreitar laços diplomáticos e culturais com a região. Além disso, questões históricas de intercâmbio, que datam do período do Império Otomano e do Brasil, oferecem um contexto rico para as novas interações.
Entretanto, a relação não vem isenta de desafios. A islamofobia ainda persiste como um obstáculo preconceituoso, particularmente na América Latina. Essa resistência, sobreposta a dificuldades linguísticas e diferenças culturais nos modos de negócios, pode complicar a consolidação de laços mais estreitos. Mesmo assim, ambos os países demonstram disposição para construir um futuro pautado pelo multilateralismo e pela cooperação econômica, buscando equilibrar interesses e fortalecer suas economias em um mundo cada vez mais multipolar.