Turmoil na Câmara: Glauber Braga relata angústia antes da votação sobre sua cassação e critica ação do presidente Hugo Motta

Na sessão da Câmara dos Deputados, realizada na última quarta-feira (10), o deputado federal Glauber Braga, do PSol do Rio de Janeiro, se destacou por sua postura solene na galeria do plenário. Visivelmente debilitado e aparentemente lidando com dores, Braga tentava manter a compostura enquanto era abordado por jornalistas que queriam entender sua perspectiva sobre o contexto atual. Em resposta, ele afirmou repetidamente: “Eu tô firme, eu tô firme, eu tô firme”, refletindo um misto de resiliência e fragilidade.

O parlamentar compartilhou detalhes da turbulenta manhã que antecedeu a análise de sua possível cassação, situação que o deixou perplexo. Ele se referiu à atuação do presidente da Câmara, Hugo Motta, como um ato de “violência” e “desproporcionalidade”, salientando que não tinha conhecimento de que sua cassação seria discutida naquele dia. De acordo com Braga, a comunicação sobre o processo chegou de forma abrupta, após uma sequência de reuniões nas quais ele buscava se manter informado. “A primeira coisa que fiz ao receber a notícia foi gravar um vídeo para as pessoas que me apoiam”, explicou, evidenciando a rapidez com que teve de lidar com a situação.

Após alguns momentos tumultuosos, em que tomou a cadeira de Motta apenas para ser removido pela Polícia Legislativa, o clima no plenário se tornou tenso. A pauta da sessão incluía a votação da cassação de seu mandato, resultante de um incidente ocorrendo em abril de 2024, quando ele expulsou um militante do Movimento Brasil Livre da Câmara de maneira considerada inadequada.

Apesar de ter sido aconselhado pela equipe médica a se afastar das atividades legislativas devido a um traumatismo superficial no ombro, Glauber decidiu comparecer, demonstrando um comprometimento intenso com sua atividade política. Ele não hesitou em criticar Hugo Motta, chamando-o de covarde e afirmando que promessas anteriores de comunicação foram quebradas. Braga ressaltou que essa quebra de confiança poderia ter implicações graves, e que a ética no tratamento de parlamentares deveria prevalecer.

Questionado sobre suas intenções futuras caso sua cassação se concretizasse, respondeu com determinação: “Eu sou um militante. Não importa o que aconteça aqui. A militância é um compromisso permanente.” Aqui, ele refletiu sobre a diferença entre segurar um cargo eletivo e a natureza intrínseca de ser um militante, mostrando que sua luta política vai além de um mandato e se direciona para uma causa maior.

Ao final da sua declaração, Braga ficou em evidência como uma figura que, independentemente do resultado, se propõe a continuar a batalha por suas convicções e ideais. A situação atual, marcada por uma camada de conflito e reações intensas, deixa claro que o futuro político do deputado ainda está longe de ser definido.

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