Com cerca de cem pessoas, a vigília tinha como propósito orar pela saúde e liberdade do ex-presidente, mas a atmosfera de unidade foi rapidamente abalada após um discurso audacioso e polêmico feito por Ismael Lopes, de 34 anos. Ao lado de Flávio Bolsonaro, Lopes, que não é pastor, mas é ativista da Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito, leu uma passagem bíblica que falava sobre as consequências de atos mal-intencionados, aproveitando a ocasião para pedir a condenação de Jair Bolsonaro por suas ações durante a pandemia de Covid-19.
A reação dos apoiadores de Bolsonaro foi imediata. Lopes foi cercado e agredido fisicamente por alguns simpatizantes do ex-presidente, o que culminou em uma altercação em que ele recebeu socos e pontapés, além de ter a manga de sua camisa rasgada. A Polícia Militar foi acionada e precisou usar spray de pimenta para dispersar a multidão enfurecida, garantindo a segurança de Lopes ao escoltá-lo até um carro de aplicativo.
Apesar do senador Flávio Bolsonaro ter solicitado que não houvesse agressões, o clamor por justiça se transformou em hostilidade, refletindo as tensões políticas extremas que permeiam o Brasil atualmente. Lopes, ciente dos riscos de sua participação, havia previamente informado lideranças da Frente sobre sua intenção de discursar.
Embora não represente oficialmente a organização, sua atuação é marcante nas redes sociais, onde defende causas progressistas. Ele já foi visto em eventos junto com figuras como a primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, ora promovendo diálogos sobre direitos humanos e ora evidenciando suas raízes nas ideologias de líderes socialistas.
Após o tumulto, a vigília foi encerrada, e deixaram visíveis as divisões e paixões que cercam o debate político no Brasil, com a presença de importantes figuras da família Bolsonaro e de representantes do Congresso, como os senadores Rogério Marinho e Izalci Lucas, e os deputados Hélio Lopes e Bia Kicis, em um cenário onde o apoio e a oposição convivem em intensa tensão.









