TSE considera apostas eleitorais ilegais e pode configurar abuso de poder econômico, decide Corte Suprema em sessão desta terça.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tomou uma decisão importante nesta terça-feira, 17, ao considerar ilícita a realização de apostas sobre o resultado das eleições municipais deste ano. Os ministros da Corte aprovaram um novo texto que aponta que a prática de apostas pode configurar abuso de poder econômico e captação ilícita de votos.

Segundo a nova determinação do TSE, a utilização de organizações comerciais, incluindo plataformas online, para a prática de vendas, ofertas de bens ou valores, apostas, distribuição de mercadorias, prêmios ou sorteios vinculados a candidatos ou resultados do pleito é considerada ilícito eleitoral. Isso pode resultar em abuso de poder econômico e captação ilegal de votos.

A presidente do TSE, ministra Cármen Lúcia, destacou que essa medida é fundamental para garantir eleições seguras e transparentes para os eleitores. Recentemente, o jornal Estadão revelou que pelo menos cinco casas de apostas estavam oferecendo retornos financeiros para quem acertasse os vitoriosos nas eleições de outubro. Essa prática é considerada ilegal pelo Ministério da Fazenda e pode configurar propaganda irregular, dependendo da forma como é feita pelas empresas.

As empresas de apostas esportivas oferecem odds, que representam a probabilidade de um evento ocorrer, para a vitória de cada candidato. Esse índice indica quanto o dinheiro depositado pelo jogador será multiplicado em caso de vitória.

Após a divulgação feita pelo Estadão, as casas de apostas Bet365, Betano, BetSpeed, Sportingbet e Superbet, que estavam oferecendo esse serviço, suspenderam as apostas. Além disso, a reportagem entrou em contato com as empresas, sendo que a Betano se recusou a comentar o assunto e as outras quatro não responderam.

Especialistas em direito eleitoral consultados pela reportagem destacaram que os jogos podem ser interpretados como propaganda irregular, dependendo da maneira como são divulgados pelas casas de apostas. Assim, fica evidente a importância da decisão do TSE em coibir essa prática para preservar a integridade do processo eleitoral.

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