Trump sugere uso de força militar para controlar a Groenlândia e o Canal do Panamá, provocando reações político-diplomáticas na Dinamarca e no Panamá.

O recém-eleito presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, levantou polêmicas em uma sessão informativa ao não descartar a possibilidade de uso de força militar para retomar o controle do Canal do Panamá e ocupar a Groenlândia, um território autônomo da Dinamarca. Essa declaração gerou desconforto em diversos setores, especialmente em relação à Groenlândia, que tem sido um tema sensível nas relações internacionais.

Em suas palavras, Trump afirmou: “Não vou me comprometer com isso”, quando questionado sobre esse potencial uso do Exército. O contexto dessas declarações é complexo, visto que a Groenlândia e o Canal do Panamá não são apenas territórios estratégicos, mas também vitais para a segurança e os interesses econômicos dos EUA. A Groenlândia, por exemplo, é rica em recursos naturais e possui uma localização geográfica vantajosa no Ártico, enquanto o Canal do Panamá representa uma via crucial para o comércio marítimo global, facilitando a navegação entre os oceanos Pacífico e Atlântico.

A primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, respondeu a Trump reafirmando que o futuro da Groenlândia deve ser decidido pelos próprios groenlandeses, sugerindo que a independência do território é uma opção válida e legítima que merece consideração. Essa afirmação posiciona a Dinamarca em uma defesa clara da soberania do povo groenlandês, adicionando uma camada extra de tensão à situação.

Paralelamente, reações do Panamá não tardaram a surgir. O presidente panamenho, José Raúl Mulino, afirmou que “a pátria e a via interoceânica não são negociáveis”, reiterando a soberania do país sobre o canal. Para o Panamá, o canal, que se tornou independente em 1999 após anos de administração dos EUA, é um símbolo de dignidade nacional, sendo responsável por aproximadamente 6% do comércio marítimo global.

Essas declarações de Trump também se inserem em um padrão mais amplo de seus desejos expansionistas, evidentes desde sua campanha presidencial. Recentemente, sugeriu uma fusão com o Canadá, enfatizando o potencial de eliminação de tarifas e a segurança militar que essa união poderia garantir. Tais comentários têm levantado preocupações sobre a política externa dos EUA sob sua administração e suas implicações para as relações com países vizinhos, além de reacender debates sobre imperialismo e intervenção militar. O cenário revela um panorama internacional dinâmico, onde as tensões geopolíticas são cada vez mais evidentes.

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