Trump Revoga Tarifas sobre Produtos Agrícolas e Busca Atenuar Crise do Custo de Alimentos nos EUA

Na última sexta-feira, a Casa Branca anunciou um decreto assinado pelo presidente Donald Trump, que revoga tarifas recíprocas sobre uma gama de produtos agrícolas importados, uma medida em vigor desde abril deste ano. Essa decisão representa uma mudança significativa na política tarifária do governo e reflete uma tentativa de responder às crescentes preocupações da população americana com os custos dos alimentos.

Dentre os produtos que deixarão de ser taxados estão itens como café, chá, frutas tropicais e seus sucos, cacau, especiarias, bananas, laranjas, tomates, carne bovina e fertilizantes. Vale destacar que alguns fertilizantes nunca foram tarifados em rodadas anteriores. A partir da meia-noite de quinta-feira, as isenções passaram a ter efeito retroativo.

Essa alteração marca uma mudança na postura do presidente Trump, que em diversas ocasiões negou que suas tarifas estivessem contribuindo para a inflação nos Estados Unidos. A decisão vem em um momento após derrotas eleitorais de candidatos republicanos em estados como Virgínia, Nova Jersey e Nova York, onde a questão econômica ganhou destaque nas campanhas.

O decreto também revisa o amplo conjunto de tarifas que Trump havia estabelecido em 2 de abril de 2025, período em que foram impostas diversas taxas sobre produtos estrangeiros. Naquela ocasião, foram aplicados 10% sobre mercadorias brasileiras, 20% sobre as da União Europeia, 34% sobre a China e 46% sobre o Vietnã. Até o momento, não foram revelados detalhes sobre a magnitude das reduções atuais.

A repercussão da decisão nos setores impactados, principalmente no Brasil, tem sido de cautela. O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços do Brasil informou que está avaliando os detalhes do decreto assinado por Trump e ainda não quantificou o impacto direto nas exportações. O Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) está analisando se a nova medida se aplica apenas à tarifa-base de 10%, ao adicional de 40% ou a ambos. A entidade mantém um diálogo ativo com representantes norte-americanos para esclarecer o cenário.

Por outro lado, a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) avaliou a decisão como um passo positivo para o setor. Em comunicado, destacou que a revisão tarifária demonstra confiança no diálogo técnico entre Brasil e Estados Unidos, reforçando a qualidade e regularidade da carne bovina brasileira, além de sua relevância para a segurança alimentar global.

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