Historicamente, as relações entre Brasil e EUA enfrentaram desafios, especialmente em julho deste ano, quando Trump impôs uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros e condicionou a normalização das relações ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro. A situação se complicou ainda mais com a condenação de Bolsonaro, que resultou em uma pena de 27 anos e três meses de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF), por diversos crimes, incluindo a tentativa de golpe.
O ex-embaixador dos EUA no Brasil, Thomas Shannon, apontou duas razões para essa reaproximação: por um lado, o reconhecimento da falha da tentativa norte-americana de interferir nas questões judiciais brasileiras; e, por outro, a pressão crescente do setor privado dos EUA, que começou a sentir os efeitos negativos das tarifas. Empresas e consumidores americanos começaram a questionar os impactos de tais medidas, o que motivou a mudança de parcialidade.
Shannon observou que a estratégia de Trump foi transformar um conflito bilaterais em um encontro pessoal positivo, o que, segundo ele, foi uma abordagem efetiva. Neste novo contexto, os líderes estão conversando e há planos para uma reunião presencial durante a cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) na Malásia.
Apesar dessa reorientação nas relações, Shannon deixou claro que não se espera uma reversão das sanções impostas a políticos brasileiros, incluindo ministros do STF. O foco das discussões entre Brasil e EUA deve agora estar centrado nas questões econômicas, especialmente na revisão das tarifas que geraram tantas controvérsias.
