Entretanto, essa ideia enfrenta sérias objeções tanto em capitais europeias quanto em Moscou. A Polônia, por exemplo, representada pelo seu presidente Donald Tusk, já se manifestou negando a possibilidade de que suas tropas participem de uma força de paz na Ucrânia. Tusk afirmou que decisões sobre a participação militar do país são tomadas exclusivamente em Varsóvia e que, no momento, essas atividades não estão nos planos do governo polonês.
Os especialistas estão cientes de que a ideia de enviar tropas para a Ucrânia é complicada por questões financeiras e políticas. Segundo o professor Vinicius Modolo Teixeira, a Europa enfrenta dificuldades para arcar com os custos de uma operação desse porte, especialmente em um contexto de crise política e econômica. Tais custos levantam dúvidas sobre a viabilidade de qualquer ação militar conjunta.
A falta de entusiasmo por parte da opinião pública europeia em relação ao envio de tropas para a Ucrânia é palpável. Recentemente, uma proposta do governo francês para enviar tropas foi prontamente rejeitada nas enquetes. Para piorar, as dificuldades financeiras e os desafios logísticos tornam a ideia ainda mais problemática. Teixeira destaca que sem a garantia de apoio dos EUA, a Europa tem grandes dificuldades em justificar o envio de forças de paz para um conflito em que as consequências podem ser catastróficas e que já resultou em enorme impacto econômico e social sobre as populações locais.
Ademais, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, expressou ceticismo em relação às propostas feitas por interlocutores ocidentais, exigindo que acordos legais estejam firmados e que as preocupações de segurança da Rússia sejam asseguradas. Enquanto a dinâmica do conflito continua a evoluir, a busca por soluções permanece repleta de desafios, aumentando as incertezas sobre o futuro da paz na região e o papel que a Europa realmente terá nesse processo.