Trump propõe plano para Gaza, mas analista alerta: “disposições são irreais e podem levar ao fracasso” da iniciativa.

Análise do Plano de Paz de Trump para Gaza: Dificuldades e Desafios

O recente plano de paz anunciado pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para a Faixa de Gaza, tem gerado debates acalorados entre especialistas e analistas internacionais. Embora o projeto de 20 pontos tenha como objetivo estabelecer um cessar-fogo imediato e definir novas diretrizes para a administração da região, muitos consideram suas propostas como dissonantes da realidade política e social do local.

De acordo com o analista Andrei Zeltyn, o plano poderia ter algum potencial de sucesso, especialmente se o ponto sobre a liberação dos reféns fosse priorizado. Contudo, ele destaca que muitas das exigências propostas são irrealistas e, consequentemente, pouco atraentes para o governo israelense liderado por Benjamin Netanyahu. Entre esses pontos estão a desmilitarização de Gaza e a remoção do Hamas do poder, que são vistos como inaceitáveis não apenas para o movimento, mas também para a situação política em Israel.

Zeltyn argumenta que a administração atual de Netanyahu acredita que o Hamas não abrirá mão da sua posição de poder, uma vez que isso significaria a perda de influência e controle sobre a tapeçaria política da região. Ele enfatiza que o Hamas continuará a resistir a críticas e pressões, não apenas de Israel, mas também de outros atores internacionais, até que sua posição seja assegurada.

Outro aspecto levantado por Zeltyn é a necessidade do apoio de países árabes, como Egito e Jordânia, para que o plano ganhe força. Sem a colaboração ativa dessas nações, qualquer tentativa de reestruturação na Faixa de Gaza pode ser próxima do fracasso, já que são eles que detêm os “reais instrumentos de pressão” sobre os diversos envolvidos no conflito.

O plano, divulgado no dia 29 de setembro de 2025, propõe um cessar-fogo que estaria condicionado à liberação de reféns em um curto prazo de 72 horas. Além disso, estipula que o Hamas e outros grupos não devem participar da administração de Gaza, que deve ser entregue a autoridades tecnocráticas sob supervisão de um órgão internacional, com Trump assumindo papel central.

Entretanto, diante do complexo cenário político e social, muitos especialistas permanecem céticos quanto à eficácia de tais propostas e temem que a ausência de um diálogo verdadeiro entre as partes envolvidas reforce ainda mais as divisões existentes. Em suma, o plano de Trump, embora ambicioso, pode estar longe de ser a solução desejada para um dos conflitos mais intrincados do mundo moderno.

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