A chefe da diplomacia europeia, Kaja Kallas, mostrou-se favorável às recomendações de Trump, alertando que a Rússia pode representar uma ameaça iminente nos próximos três a cinco anos. Por sua vez, o primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, considerou as exigências de Trump um “desafio positivo”, demonstrando a disposição de os países do Leste Europeu se mobilizarem em defesa de suas legislações e acordos militares.
Entretanto, a situação da Espanha é particularmente delicada. Com um investimento de apenas 1,28% do PIB em seu orçamento militar, o governo liderado por Pedro Sánchez enfrenta um dilema: aumentar os gastos militares e potencialmente provocar descontentamento social ou resistir à pressão externa. Durante sua passagem em Davos, Sánchez reafirmou o compromisso da Espanha com a OTAN, sem se comprometer com o envio de tropas à Ucrânia, o que indica um limite no envolvimento militar espanhol.
A ministra da Defesa, Margarita Robles, falou sobre a necessidade de um investimento contínuo em defesa e destacou que, apesar do crescimento do PIB espanhol, a pressão internacional por aumentos significativos nas despesas militares não pode ser ignorada. A falta de um orçamento aprovado para 2025 agrava essa pressão, dificultando a alocação de mais recursos para a defesa.
O cenário global atual coloca a Espanha em uma encruzilhada complexa, onde uma decisão sobre o aumento dos gastos militares pode não só impactar a segurança nacional, mas também afetar diretamente a vida cotidiana da população em meio a um cenário econômico desafiador. A contradição entre a necessidade de segurança e a manutenção do bem-estar social torna-se cada vez mais evidente, levantando questões sobre as prioridades políticas e orçamentárias do país.