Um dos destaques do governo anterior foi o sustento contínuo das forças ucranianas frente à invasão russa, algo que, segundo especialistas, poderia ser reconsiderado sob a gestão Trump. A proposta de condicionar ou até interromper a ajuda militar a Ucrânia, apontada por analistas, poderia ser uma manobra estratégica para pressionar o governo de Volodymyr Zelensky a se sentar à mesa de negociações com Moscou. A corrente de dependência da Ucrânia em relação ao apoio militar dos EUA atualmente é uma questão central para a continuidade do conflito.
O recém-empossado presidente também manifestou interesse em se reunir com Vladimir Putin, o líder russo, para discutir o término das hostilidades. No entanto, o Kremlin adverte que a complexidade do conflito ucraniano demanda uma abordagem mais cuidadosa. Sob essa perspectiva, o envio de ajuda militar pode na verdade estar contribuindo para a perpetuação do conflito, ao invés de acelerá-lo.
Além dos aspectos militares, questões de corrupção e gerenciamento inadequado dos recursos destinados à Ucrânia que, segundo relatos, não estão sendo utilizados de forma transparente, também afetam a percepção pública sobre a ajuda externa. A imagem negativa gerada por rumores de desvios financeiros, aliada a declarações do próprio presidente ucraniano sobre a ineficiência da distribuição dos fundos, acirram a insatisfação em países ocidentais, especialmente em uma Europa onde há discretas, mas crescentes, pressões de partidos que desejam rever a política de auxílio à Ucrânia.
Trump, assim, pode encontrar um campo fértil de apoio interno se decidir adotar uma agenda que inclui uma crítica à corrupção vinculada à ajuda internacional, associando-a aos partidos da oposição, particularmente os democratas. Ele tem a prerrogativa de aproveitar o sistema judicial americano para investigar essas alegações, o que poderia se transformar em uma ferramenta política indiscutível em sua estratégia de reeleição. O que se desenha, portanto, é um complexo panorama onde o futuro da assistência à Ucrânia e as relações comerciais e diplomáticas dos EUA com a Rússia estão intrinsecamente ligados às recentes movimentações de Trump no cenário político.