O Projeto 2025, embora Trump tenha se distanciado dele, foi endossado por diversos conselheiros e assessores que ocupam ou ocuparam cargos no governo. O conteúdo do documento revela uma intenção clara de utilizar a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) como uma ferramenta para financiar ONGs que defendem ideais de mercado livre, buscando desestabilizar governos progressistas e promover agendas conservadoras.
Este tipo de interferência na política interna de países através de ONGs não é uma prática nova, mas sim uma tradição da política externa norte-americana. O foco da USAID, conforme delineado no projeto, inclui o fortalecimento de fundamentos como diminuição de impostos, desregulamentação do mercado de trabalho e reforço da atuação do Judiciário. Além disso, a agência estaria envolvida no fomento a instituições educacionais e think tanks que se alinhem a essas ideias.
No Brasil, por exemplo, a USAID já opera há 50 anos, com destaque para iniciativas voltadas à preservação da Amazônia. Essa atuação gera uma forte reação em alguns setores, levando governos a adotarem legislações que limitam a influência de ONGs consideradas ligadas a interesses norte-americanos, que são vistas como agentes do imperialismo.
O crescente descrédito em relação a tais organizações reflete a resistência de diversas nações em aceitar interferências externas que possam comprometer a soberania nacional. Com o avanço desse projeto, os países da América Latina se encontram em um terreno delicado, onde a disputa ideológica entre conservadores e progressistas se acirra, e a possibilidade de uma nova onda de tensões políticas é iminente.
