Segundo estimativas, a remoção de milhões de trabalhadores imigrantes do mercado de trabalho dos EUA poderia reduzir o produto interno bruto (PIB) do país em cerca de US$ 1,6 trilhão ao longo de 20 anos. Além disso, setores como a agricultura, construção e hospitalidade, que dependem fortemente da mão de obra imigrante, poderiam enfrentar escassez de trabalhadores, o que resultaria em aumentos nos custos operacionais e nos preços dos produtos.
Especialistas ouvidos em entrevista ao podcast Mundioka, da Sputnik Brasil, alertam que a proposta de Trump pode trazer mais prejuízos do que benefícios para a economia dos EUA. Thais Lacerda, doutora em ciências sociais, destaca que os imigrantes contribuem para a criação de empregos, aumento de salários, redução da inflação, aumento da produtividade e inovação, sendo fundamentais para a força de trabalho do país.
No entanto, a proposta de deportação em massa de Trump é vista como parte de uma retórica anti-imigração para agradar seu eleitorado descontente com a situação econômica e a perda de empregos. A administração de Barack Obama também foi mencionada como campeã em deportações, embora tenha dado mais ênfase àqueles com antecedentes criminais.
Os impactos dessa medida não se restringem apenas aos EUA, mas também atingem a América Latina, principalmente o México, de onde um terço dos imigrantes irregulares nos EUA provêm. Setores como agricultura, construção civil, turismo e saúde seriam os mais afetados, enquanto a retórica belicista associada à deportação encontra justificativa na indústria bélica, que movimenta a economia norte-americana.
Diante de um cenário complexo e controverso, a proposta de Trump continua gerando debates e questionamentos sobre seus reais impactos e consequências, não só para os EUA, mas para toda a região e para a economia global como um todo. O futuro da política imigratória do país permanece incerto e suscita preocupações em diversos setores da sociedade.