Trump Oferece Apoio Financeiro Inédito a Milei em Meio à Crise Econômica da Argentina

Em um momento crítico de sua administração, o presidente argentino Javier Milei obteve um apoio financeiro sem precedentes do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Na quarta-feira (24), após um encontro entre os dois líderes, o secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, confirmou que Washington estaria disposto a fornecer um pacote de ajuda que pode chegar a até US$ 20 bilhões (equivalente a R$ 130 bilhões). Este apoio inclui a possibilidade de compra de títulos da dívida argentina e créditos diretos através do Fundo de Estabilização Cambial, uma ação que visa mitigar a profunda crise financeira que o país enfrenta.

Bessent elogiou as recentes iniciativas econômicas do governo Milei, destacando os passos importantes na consolidação fiscal e na liberalização de preços, afirmando que essas medidas pavimentam o caminho para a prosperidade econômica da Argentina. “Estamos totalmente prontos para fazer o que for necessário para apoiar o governo argentino”, reafirmou, indicando a forte relação entre os dois países.

Este anúncio é notável não apenas pela magnitude do apoio, mas também por ser uma ação direta da Casa Branca, algo raro historicamente. Anteriormente, Trump já havia auxiliado a Argentina, facilitando um empréstimo de US$ 20 bilhões do Fundo Monetário Internacional (FMI), mas este novo apoio representa uma relação mais íntima e direta entre as duas nações.

O impacto no mercado financeiro foi imediato. Após o anúncio, os títulos da dívida argentina tiveram uma recuperação de mais de 3%, somando-se a uma valorização anterior de 10% com os rumores de ajuda. O Risco País também caiu drasticamente, um alívio em meio a ataques financeiros que haviam elevado essa métrica a níveis críticos.

Contudo, essa ajuda também traz à tona questões sobre a dependência da Argentina em relação aos Estados Unidos, como bem observado por economistas. Ricardo Aronskind, professor e especialista na área, apontou que embora o apoio financeiro seja significativo, ele não resolve problemas estruturais do país, que ainda dependem do FMI como credor de última instância, ressaltando uma nova vulnerabilidade.

Além disso, as condições sob as quais a ajuda poderia ser concretizada geram incerteza, especialmente em relação ao potencial afastamento da Argentina de parcerias com a China, seu segundo maior parceiro comercial. Ao mesmo tempo, analistas veem este movimento de Trump como uma estratégia de longo prazo para fortalecer laços com um aliado na América do Sul, em um contexto geopolítico cada vez mais desafiador.

Com as eleições legislativas se aproximando em 26 de outubro, o apoio financeiro dos Estados Unidos pode ser visto como uma tábua de salvação para Milei, que precisa de estabilidade política e econômica para manter sua administração no curso. A expectativa é que esse apoio possa ajudar a acumular reservas, mas também gera um dilema sobre a correta utilização dos recursos, evitando que sejam usados apenas para estabilizar o câmbio e atrasar reformas essenciais.

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