Jésus Ricardo Mieres Vitanza, especialista em relações internacionais, comentou sobre as implicações dessas escolhas, ressaltando que elas vão além de uma simples estratégia política. Ele observa que a abordagem dos Estados Unidos evoluiu substancialmente desde a Guerra Fria, quando o foco estava em conter o comunismo. O especialista menciona que a postura americana mudou profundamente após os ataques de 11 de setembro e agora inclui táticas de guerras híbridas que envolvem não apenas sanções, mas também esforços para sabotar relações entre nações do continente e limitar aproximações com países como a China e a Rússia.
As nomeações de Trump têm sido consideradas como “pouco convencionais” por alguns analistas, no entanto, Mieres Vitanza considera essa configuração bastante ortodoxa, com forte associação à ala radical da direita americana. Ele argumenta que o principal objetivo dessa equipe é conter a influência chinesa e desarticular blocos de cooperação regional, como os BRICS e a Aliança do Pacífico, que podem concorrencialmente desafiar a hegemonia americana na região.
Outro ponto relevante abordado por Mieres Vitanza é a questão do conflito na Ucrânia. Ele sugere que uma negociação para pôr fim ao conflito poderia liberar recursos que seriam redirecionados para revitalizar a indústria americana e ajudar a estabilizar a inflação. Além disso, ele enfatiza o papel crucial das redes sociais na construção de um consenso global, afirmando que essas plataformas não são apenas meios de comunicação, mas ferramentas de manipulação que influenciam a percepção pública.
Neste cenário, a aquisição do Twitter por Elon Musk é vista como uma manobra estratégica que pode potencialmente moldar a dinâmica pública em favor dos interesses políticos. Mieres Vitanza sugere que a influência de Musk dentro da estrutura governamental pode ser mais ampla do que aparenta, refletindo uma nova realidade onde a tecnologia e a política se entrelaçam em uma batalha por narrativas e controle da informação.