Apesar do alarde, o IBAMA informou que a interrupção da ajuda internacional não afetará diretamente as operações de prevenção e combate a incêndios, uma vez que essas ações são financiadas com recursos do orçamento federal. O instituto ressaltou que a principal consequência dessa suspensão será sentida na reestruturação e na capacitação profissional das instituições brasileiras, que se beneficiavam de treinamentos e cursos oferecidos pela parceria, a qual alcançou mais de três mil brigadistas e indígenas.
Criada em 1961 durante a presidência de John F. Kennedy, a USAID é responsável pelo financiamento de diversas iniciativas em áreas como saúde, educação, meio ambiente e cultura em vários países ao redor do mundo. Historicamente, a agência tem sido criticada por sua suposta atuação em favor de políticos e organizações pró-ocidentais, além de ser acusada de influenciar a política interna de nações onde atua.
Desde 2023, entre os principais beneficiários da USAID estavam países como Ucrânia, Etiópia e Jordânia, o que levanta questões sobre a priorização de investimento em determinadas regiões em detrimento de outras, incluindo a América Latina. O fim da colaboração com o Brasil ocorre em um contexto em que incêndios florestais representam uma ameaça significativa à biodiversidade e ao equilíbrio ecológico, especialmente na Amazônia.
Com isso, observadores e especialistas do setor manifestam preocupações sobre como essa mudança poderá afetar o panorama ambiental mais amplo na região e a capacidade do Brasil de gerenciar suas florestas diante da crescente crise climática. A ausência de recursos internacionais pode dificultar programas de prevenção mais amplos e integrados, prejudicando a luta contra uma das mais graves ameaças à natureza no Brasil.