Trump interrompe financiamento da USAID e afeta combate a incêndios florestais no Brasil por 90 dias. Medida preocupa instituições de proteção ambiental.



A recente decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de suspender o financiamento da Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional (USAID) por um período de 90 dias, gerou preocupações sobre o impacto em projetos de combate a incêndios florestais no Brasil. Esse financiamento, que era considerado essencial para o Programa de Manejo Florestal e Prevenção de Incêndios, foi criado em 2021 em colaboração com órgãos brasileiros como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (IBAMA) e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

Apesar do alarde, o IBAMA informou que a interrupção da ajuda internacional não afetará diretamente as operações de prevenção e combate a incêndios, uma vez que essas ações são financiadas com recursos do orçamento federal. O instituto ressaltou que a principal consequência dessa suspensão será sentida na reestruturação e na capacitação profissional das instituições brasileiras, que se beneficiavam de treinamentos e cursos oferecidos pela parceria, a qual alcançou mais de três mil brigadistas e indígenas.

Criada em 1961 durante a presidência de John F. Kennedy, a USAID é responsável pelo financiamento de diversas iniciativas em áreas como saúde, educação, meio ambiente e cultura em vários países ao redor do mundo. Historicamente, a agência tem sido criticada por sua suposta atuação em favor de políticos e organizações pró-ocidentais, além de ser acusada de influenciar a política interna de nações onde atua.

Desde 2023, entre os principais beneficiários da USAID estavam países como Ucrânia, Etiópia e Jordânia, o que levanta questões sobre a priorização de investimento em determinadas regiões em detrimento de outras, incluindo a América Latina. O fim da colaboração com o Brasil ocorre em um contexto em que incêndios florestais representam uma ameaça significativa à biodiversidade e ao equilíbrio ecológico, especialmente na Amazônia.

Com isso, observadores e especialistas do setor manifestam preocupações sobre como essa mudança poderá afetar o panorama ambiental mais amplo na região e a capacidade do Brasil de gerenciar suas florestas diante da crescente crise climática. A ausência de recursos internacionais pode dificultar programas de prevenção mais amplos e integrados, prejudicando a luta contra uma das mais graves ameaças à natureza no Brasil.

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