Trump e o Novo Desafio no Oriente Médio: Como Será Sua Política em 2025?

Com o retorno de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos, a política externa americana se dirige novamente ao Oriente Médio, região que, há tempos, se tornou um ponto central da atuação dos EUA. A nova administração enfrenta um cenário complexo e repleto de desafios, marcados por mudanças significativas desde seu último mandato.

Trump já sinalizou sua intenção de priorizar a diplomacia na região. Logo após sua posse, ele celebrou um cessar-fogo entre Israel e o Hamas, destacando sua estrutura de negociação com líderes estrangeiros, como a ligação inaugural com o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammad bin Salman. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, também foi rapidamente recebido na Casa Branca, evidenciando a importância que a relação com Israel continua a ter para a política externa dos EUA.

Durante seu mandato anterior, entre 2017 e 2021, Trump fez uma reavaliação da política americana no Oriente Médio, afastando-se das intervenções militares que marcaram as gestões anteriores. Ele iniciou um processo de retirada dos Estados Unidos do Afeganistão, resistiu a ações militares na Líbia, Síria e Iraque, e enfatizou acordos diplomáticos, como os Acordos de Abraão, que normalizaram as relações entre Israel e algumas nações árabes.

Por outro lado, a postura agressiva de Trump contra o Irã, por meio do endurecimento das sanções e do assassinato do general Qassem Soleimani em 2020, reforçou a dicotomia entre a diplomacia e a estratégia militar. A administração Biden continuou muitas dessas políticas, mas a necessidade de reconhecimento do Estado palestino para a normalização das relações entre a Arábia Saudita e Israel permanece um obstáculo significativo.

A situação hoje é mais delicada do que nunca, particularmente após o recente ataque palestino em outubro de 2023, que complicou ainda mais as relações políticas na região. As revoltas populares em apoio aos palestinos estão limitando as ações de líderes árabes e complicando as iniciativas de Trump, que já expressou planos de desenvolver uma “riviera” na Faixa de Gaza, um projeto que muitos veem como uma tentativa de colonização.

Neste novo contexto, Trump deve navegar por um Oriente Médio diferente, onde o surgimento de potências como a China e a Rússia oferece novas dinâmicas de poder. A Arábia Saudita, segunda maior aliada americana, mostra-se mais autônoma, desenvolvendo relações estratégicas com esses países além do traçado ocidental.

A população e líderes políticos devem monitorar a maneira como Trump e sua administração responderão a essa nova realidade, especialmente em como lidarão com os desafios de um mundo multipolar, onde os Estados Unidos não detêm mais um domínio absoluto. A abordagem que adotar poderá alterar radicalmente as dinâmicas geopolíticas da região nos próximos anos, e a eficácia de sua diplomacia serão postos à prova em um cenário global em transformação.

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