Um dos principais pontos levantados é a hipotética intenção de Trump de fortalecer Bolsonaro, uma figura que sempre se encontrou alinhada aos interesses da administração norte-americana, especialmente no que tange a políticas comerciais. Na pesquisa, 12,2% dos entrevistados acreditam que esse movimento visa libertar o presidente brasileiro de pressões políticas internas, fornecendo uma rede de apoio enquanto ele enfrenta desafios domésticos. No entanto, essa interpretação é apenas uma das muitas possíveis.
Outro ângulo que emergiu é a intenção de desestabilizar o governo de Lula. Com uma porcentagem de 17,1%, algumas pessoas veem a tarifa como uma estratégia para criar atritos nas relações comerciais entre as duas nações, dificultando o fortalecimento de um novo governo que se apresenta mais independente e crítico em relação a Washington. Essa visão sugere que, além de questões comerciais, há uma luta política em jogo, onde Trump se posiciona para garantir que seu governo mantenha influência sobre a América Latina.
Entretanto, a visão mais prevalente entre os leitores, representando 70,8%, é a de que esse movimento se resume, em grande parte, a uma busca por mais dinheiro. Para muitos, a tarifa é uma forma de pressionar o Brasil a oferecer concessões financeiras ou comerciais que beneficiem os Estados Unidos. Esse tipo de estratégia tarifária poderia ser interpretado como um método de potencializar a receita federal americana, direcionando-a para um país que, mesmo com suas próprias dificuldades, ainda se mostra um parceiro estratégico.
Assim, as motivações de Trump parecem ser complexas e multidimensionais, refletindo não apenas um desejo de maximizar ganhos econômicos, mas também uma tentativa de manipular cenários políticos que possam beneficiar sua administração. A repercussão desse tarifaço não se limita, portanto, a aspectos financeiros, mas também abrange questões de poder e influência nas relações internacionais.