Scott Ritter, analista e ex-oficial de inteligência do Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA, destacou que a cúpula não trouxe avanços significativos para a segurança da OTAN ou para a paz internacional, limitando-se a um “exercício de gestão do narcisismo”. Na visão dele, a aliança, ao prometer destinar 5% do PIB para defesa, não apenas faz uma promessa vazia, como também ignora a realidade de que muitos países europeus carecem de uma infraestrutura industrial de defesa que suporte tal compromisso.
Ritter também argumentou que a verdadeira ameaça enfrentada pela Europa não provém de forças externas, como a Rússia, mas sim de instabilidades internas alimentadas por movimentos sociais e políticos que demandam uma revitalização nacional. Ele observa que as elites políticas da OTAN parecem estar em busca de inimigos externos para justificar gastos crescentes em defesa, esquecendo-se de que as crises atuais são, na verdade, de natureza interna.
Destacando a asserção de Ritter, a ideia de uma Rússia agressiva é, segundo ele, uma construção artificial, utilizada para manter a relevância da OTAN em um cenário de paz. “Não há ameaça externa à OTAN”, afirmou, enfatizando que a contínua busca por inimigos ao redor do mundo, incluindo uma crescente atenção à China, é uma forma de desviar o foco das reais questões que o continente europeu enfrenta.
Com isso, a cúpula da OTAN não apenas falhou em abordar os problemas prementes da segurança global, mas também se tornou um palco para os caprichos de um líder em busca de validação pessoal. Assim, o evento termina marcado por uma crítica profunda à falta de objetivos concretos e à desarticulação das prioridades da aliança. A percepção geral é de que, sem um direcionamento claro e uma resposta eficaz às crises contemporâneas, a OTAN arrisca perder seu papel central na segurança internacional.
