Trump considera redução de tarifas ao Brasil em encontro com Lula durante cúpula da Asean na Malásia, em meio a tensões econômicas entre os países.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, desembarcou na Malásia neste sábado, 25 de outubro, com uma proposta de potencial redução nas tarifas impostas a produtos brasileiros, desde que as “circunstâncias sejam favoráveis”. A declaração foi feita enquanto ele se preparava para a 47ª Cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), evento que também pode ser palco de um encontro entre Trump e o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva.

Em uma conversa informal com jornalistas antes de sua partida, Trump comentou sobre a possibilidade de se encontrar com Lula, relembrando que as conversas recentes na Assembleia Geral das Nações Unidas criaram “um clima positivo para novos diálogos”. Ele foi questionado especificamente sobre a possibilidade de diminuir a tarifa geral imposta de 50% a produtos brasileiros. O presidente americano enfatizou que a resposta a esse questionamento dependeria do desenrolar das negociações entre os dois países.

Embora os governos dos EUA e do Brasil ainda não tenham confirmado oficialmente a realização do encontro, ambos estariam organizando suas agendas para viabilizá-lo. Há um espaço no final da tarde do domingo, 26 de outubro, que poderia ser aproveitado para a conversa. Essa reunião é particularmente relevante, considerando os desafios enfrentados pela economia americana, que têm sido influenciados pela tarifa elevada imposta a produtos brasileiros. O setor de carnes, por exemplo, enfrenta dificuldades, e os preços dos cortes de carne alcançaram níveis recordes.

Lula, que chegou à Malásia após uma visita à Indonésia, expressou seu desejo de dialogar com Trump e afirmou que está aberto a discutir qualquer tópico. Ele ressaltou a importância de esclarecer percepções equivocadas sobre as tarifas que afetam o Brasil e, durante sua conversa, mencionou que pretende apresentar dados que demonstrem a robustez econômica do Brasil, desafiando a noção de que o país estaria em uma situação deficitária.

O presidente brasileiro também abordou a questão das sanções impostas a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) do Brasil, destacando que não há assunto restrito em sua pauta. Lula enfatizou a necessidade de discutir as razões por trás dessas punições, que ele argumenta serem injustificáveis. Ao final, ele sinalizou que a inflação nos EUA, especialmente no que diz respeito aos preços dos alimentos, pode ser um ponto relevante nas negociações. “É preciso considerar que as medidas que prejudicam a economia de ambos os lados não são benéficas”, refletiu Lula, sinalizando a sua disposição para uma conversa construtiva entre as nações.

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